O chafariz de madeira improvisado sobre o arco 100 do Aqueduto das Águas Livres de Lisboa, na Rua das Amoreiras, para a inauguração da chegada das águas à capital por D. João V, em 1748, já há muito desapareceu. Mas a Galeria do Loreto, por onde já há dois anos seguiam essas águas até ao Largo de São Carlos, ainda existe, apesar de já não ser usada para a distribuição da água pela parte ocidental da cidade. E a partir de hoje passa a ser possível visitar um troço subterrâneo de 1,2 quilómetros, entre o Jardim das Amoreiras e o Príncipe Real, que se junta aos 400 metros, entre o Príncipe Real e o Miradouro de São Pedro de Alcântara, já acessíveis desde 2009..E mesmo para quem já explorou esse percurso, este novo troço não parecerá uma repetição. A entrada na Casa do Registo, junto à Mãe d"Água, no Jardim das Amoreiras, faz-se por uma pequena porta que dá para a Rua das Amoreiras, ponto de partida para uma viagem à Lisboa do século XVIII anterior ao terramoto de 1755. "A abertura ao público só foi possível após algumas obras de limpeza e reabilitação das paredes e do pavimento", explica Margarida Castro Henriques, coordenadora do Museu da Água..E assim que se desce o lanço de escadas que nos coloca na Galeria do Loreto, somos acompanhados nos primeiros metros por uma conduta gigante, negra, ainda operacional. Com o som da água como banda sonora a acompanhar este passeio, assim que se dobra a esquina... um espetáculo de luz e pedra, aqui habilmente colocada, segundo as regras dos manuais antigos, para permitir que a água deslizasse suavemente até aos chafarizes, segundo as orientações do arquiteto húngaro Carlos Mardel..Leia mais pormenores na edição impressa ou no e-paper do DN