Já há escolas onde maioria dos alunos trabalha na Net

Na D. Dinis, em Chelas, muitos estudantes entregam os trabalhos ao professor numa 'pen' ou enviam-nos por 'e-mail'. E o estabelecimento conseguiu reduzir 20% os gastos em papel. Hoje, muitos jovens e crianças começam as aulas.<br /><br />
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Na última  sexta-feira, as salas de aulas  da Escola Secundária D. Dinis, em Chelas,  ainda estavam fechadas. Mas nos corredores já se sentia a azáfama de quem  ultimava os  preparativos para o  início de um novo ano escolar, que começa precisamente hoje. Equipada com todas a tecnologias, desde os quadros interactivos, aos video-projectores e computadores banda larga, a escola conseguiu no ano passado reduzir os  gastos com papel em cerca de 20%. E este ano espera poupar ainda mais, explicou ao DN o director,   José António Sousa.

No início a maioria dos professores das escola tiveram alguma dificuldade em lidar com os novos equipamentos, como os quadros interactivos, que são na prática ecrãs de computador gigantes . Mas hoje, diz o director, muitos deles já não saberiam viver sem eles para dar as suas aulas.

Quanto aos alunos, é notório um maior interesse na escola, garante.  As tecnologias são para eles  "um grande incentivo", diz o director . E embora só no último ano lectivo a escola tenha  funcionado já com todo o equipamento, a melhoria de resultados já foi sentida pela direcção do estabelecimento de ensino com 1150 alunos. Nos estudantes do básico os resultados melhoraram cerca de 5% e  nos do secundários 2%, revela a José António Sousa. 

"A maioria dos alunos já entregou os trabalhos por pen, mail ou mesmo através da plataforma moodle no último ao lectivo", adiantou.

O mesmo não se passa ainda noutros estabelecimentos. Uma professora de matemática de uma das escolas de 2.º e 3.º ciclos do concelho de Mafra, que preferiu o anonimato, explicou que a maioria dos seus alunos ainda entrega os trabalhos em papel. A escola onde lecciona também já está equipada com todas as tecnologias. E nota que estas  constituem um bom incentivo para os alunos. Mas a dinâmica dos estabelecimentos de ensino, ainda muito  burocrática, não permite poupar muito papel entre os professores, refere.  
Além disso, sublinha, "não é só necessário ter tecnologias é preciso também criar as condições para que as pessoas as utilizem. E isso passa pela formação". 

"As tecnologias têm de ser vistas como um meio e não como um fim. Um meio para se atingir objectivos", afirma por seu lado o coordenador do Plano Tecnológico da Educação, João Torcado da Mata. E a formação aos professores está a ser dada para que saibam optimizar a  sua utilização.

Em declarações ao DN, João  Mata sublinhou que as metas do Plano Tecnológico da Educação foram cumpridas e muitas delas antecipadas.  A era dos quadros de ardósia já passou.  Por cada cinco alunos há agora um computador ligado à Internet  nas escolas públicas,  um quadro interactivo por cada três salas de aula e um vídeo projector por cada sala.

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