Já há 405 queixas por causa das autárquicas. Só numa semana entraram mais 58

Cidadãos e PSD são os mais queixosos, desde o início da recolha de dados. Imparcialidade das entidades públicas é a mais visada
Publicado a
Atualizado a

Com 160 queixas, a "neutralidade e imparcialidade das entidades públicas" foi o principal motivo apresentado até agora nas 405 reclamações já registadas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) relativas às eleições autárquicas de 1 de outubro.

Segundo a última informação, atualizada a 6 deste mês, a "publicidade institucional" (com 80 queixas), a "propaganda" (54), a "publicidade comercial" (52) e o "tratamento jornalístico das candidaturas" são as outras principais queixas feitas. Numa semana, foram registadas mais 58 queixas que chegaram ao organismo (os dados anteriores tinham sido contabilizados a 30 de agosto e cobrem todo o ano de 2017).

Entre os mais queixosos estão cidadãos e o PSD, uma tendência que se mantém desde a primeira recolha de informação, a 30 de junho. De acordo com os dados disponibilizados, no dia 6 deste mês, à CNE chegaram 166 queixas de cidadãos, 66 do PPD-PSD, 31 do PS, 23 de órgãos das autarquias locais, 22 de coligações de partidos e 21 da CDU. As outras 76 queixas são de outras entidades e partidos.

Politicamente, na última semana, o PSD apontou por diversas vezes o dedo ao governo, acusando o executivo de António Costa de "eleitoralismo". Segundo o presidente social-democrata, Passos Coelho, a equipa governamental "não se cansa de fazer anúncios que, do ponto de vista político, contendem com o dever de neutralidade e de isenção do governo no ato eleitoral".

Das queixas registadas, só 22 foram já arquivadas e oito foram enviadas para o Ministério Público. A CNE deixou 67 recomendações e advertências, pediu 54 pareceres e esclarecimentos, abriu 31 processos de contraordenação (PCO), remeteu a queixa para entidades competentes em 23 casos e promoveu a "injunção" em 59 outros casos.

Os portugueses dirigiram mais de quatro mil pedidos de informação à CNE, através do gabinete do eleitor. Por telefone, a comissão recebeu 2306 pedidos de informação e, por escrito, foram 1779, num total de 4085. As principais perguntas foram por causa das "candidaturas" (1070), ou seja, 49% dos pedidos de informação telefónicos. A grande distância ficaram a "propaganda" (193 pedidos) e o "recenseamento/direito de voto" no país (143).

Por escrito, o maior número de pedidos de informação chegados à CNE tem que ver com o "processo de candidatura de grupos de cidadãos de eleitores" (256 pedidos) ou o "processo de candidatura" (250). O "voto antecipado" (136) ou o "estatuto do candidato" (120).

Já a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) registou "apenas duas ou três queixas até agora relativas ao recebimento de e-mails não solicitados com conteúdo de marketing político relativo às autárquicas (configurando spam)", confirmou ao DN Clara Guerra, do Serviço de Informação da CNPD.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt