Já foram detidos 38 incendiários este ano
A Polícia Judiciária (PJ) deteve ontem dois homens suspeitos de atearem fogos em Ansião e Ribeira de Pena, fazendo subir para 38 o número de incendiários detidos desde o início do ano.
A Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real deteve um pastor e agricultor de 16 anos que é "fortemente suspeito" de ter ateado, em Julho e Agosto, dois incêndios florestais na zona de Ribeira de Pena.
A polícia considera que o jovem poderá ainda ser autor de outros fogos que deflagraram na mesma zona, já este ano, utilizando a chama directa de um isqueiro ou uma vela. As razões poderão estar ligadas à renovação de pastagens para o gado.
Estes incêndios consumiram várias dezenas de hectares de povoamento de pinheiros, eucaliptos e mato, alvoroçaram as populações e colocaram em perigo uma vasta área florestal do Parque Natural da Serra do Alvão (PNA).
A Directoria do Centro da PJ deteve também ontem um homem de 25 anos, sobre o qual recaem fortes suspeitas de ter ateado, nos dias 29 de Agosto e 4 de Setembro, três focos de incêndio nas proximidades de Chão de Couce, no concelho de Ansião.
Os dois homens vão ser presentes a interrogatório judicial para aplicação das respectivas medidas de coacção.
Desde o início do ano, a Polícia Judiciária deteve 38 pessoas suspeitas de crimes de incêndio florestal, sendo que 21 se encontram a aguardar julgamento em prisão preventiva.
Apesar das descidas das temperaturas vários concelhos dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Guarda e Coimbra estiveram ontem sob risco "Muito Elevado" de incêndio, o segundo mais grave de uma escala de cinco, anunciou o Instituto de Meteorologia. Mas de acordo com a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), foram registados apenas 80 fogos no País, que mobilizaram centenas de bombeiros.
Já na segunda-feira foram registados 106 incêndios florestais, que foram combatidos por 1168 bombeiros, apoiados por 296 veículos, e obrigaram à realização de cerca de 70 missões aéreas.