J. J. Abrams, discípulo de Spielberg e Lucas

O realizador do novo episódio de Star Wars tem no seu currículo sucessos como a série televisiva Lost e Star Trek
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Em Los Angeles, na antestreia de Star Wars: O Regresso da Força, Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, lembrou que conheceu J. J. Abrams, ainda muito jovem, a trabalhar no restauro de filmes de Super 8 do próprio Spielberg. A carreira que o conduziu dessa tarefa à realização deste novo episódio de Star Wars envolve uma invulgar acumulação de sucessos. Com a particularidade de, pelo caminho, ter assinado um filme de aventuras juvenis: chama-se Super 8 (2011) e o seu produtor foi... Steven Spielberg.

Nascido em Nova Iorque, em 1966, Abrams pertence à geração que herdou os valores de espetáculo que Spielberg ou Lucas relançaram no sistema económico e mitológico de Hollywood: através de uma sensibilidade que já não concebe o cinema como o centro (estético e económico) do audiovisual, tem mantido uma ligação frutuosa com o espaço televisivo, como criador de séries de grande impacto como Lost (2004-2010) ou Fringe (2008-2013). O reconhecimento de Abrams junto dos grandes estúdios passa por projetos ligados a uma exuberante dimensão espetacular, como Armageddon (1998), de Michael Bay, ou Missão Impossível 3 (2006), este acumulando pela primeira vez as tarefas de realizador.

Abrams ilustra um modelo autoral que não se distingue tanto por uma "visão do mundo", mais pela capacidade de pôr em marcha um conceito de espetáculo indissociável da gestão dos mais modernos recursos técnicos. Dois títulos terão sido decisivos na sua consagração em Hollywood: Cloverfield (2008), uma parábola de ficção científica que apenas produziu, pertencendo a realização a Matt Reeves, e Star Trek (2009), que também dirigiu, celebrado pelos fãs como um retorno aos valores primordiais da saga.

Depois, ainda produziu e realizou Star Trek: Além da Escuridão (2013), sendo apenas produtor de Star Trek Beyond, de Justin Liu, a lançar no verão de 2016. Pode bem dizer-se que o jovem discípulo de Spielberg se transformou num dos seus parceiros mais poderosos no interior da grande máquina de Hollywood.

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