Israel destrói muro entre Gilo e Beit Jalla
Construído em 2002, este muro de dois metros de altura e seis de comprimento tornou-se num símbolo da segunda Intifada - que começou em 2000 - e pretendeu proteger Gilo dos franco-atiradores palestinianos que, às vezes, agiam a partir de Beit Jalla.
Os trabalhos de remoção, feitos pelos militares israelitas, foram pedidos pela presidência da Câmara de Jerusalém com o argumento de que a situação é calma. O tenente-coronel Hezi Ravivo, responsável pela demolição, recordou que o "muro foi construído aquando da operação militar Escudo Defensivo e neste momento não vemos nenhum problema em destruí-lo".
A operação a que se referia Ravivo foi a maior do exército israelita nos territórios palestinianos desde a guerra de 1967, em que a Cisjordânia foi ocupada por Israel. Beit Jalla, que forma com as cidades de Belém e Beit Sahur o triângulo cristão da Cisjordânia, viu parte das suas terras serem confiscadas nos anos 70 para nelas ser construído o colonato de Gilo. Uma receita que, com o tempo, acabaria por ser geradora de violência.
Gilo, a sudoeste de Jerusalém Oriental, conta hoje com mais de 40 mil habitantes judeus. Colonato construído em território ocupado, é considerado como ilegal pela União Europeia e pela ONU.
O desmantelamento do muro, que os palestinianos - por ele cercados - encheram de graffiti, está a ser muito criticado pelos colonos de Gilo. "Dava-nos um certo sentimento de segurança. Não sentia que o muro me estava a isolar - sentia-me protegida", afirmou Aviva Klein.