Isaac Sidney: "O setor financeiro brasileiro é dos mais inovadores do mundo"

O presidente da Febraban - Federação Brasileira de Bancos, está em Portugal para dar uma <em>masterclass</em> na Web Summit e para promover a partilha de experiências com a banca portuguesa. A internacionalização da feira de tecnologia bancária, Febraban Tech para Portugal é um dos tópicos em cima da mesa.
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Vai dar uma masterclass sobre inovação nos serviços bancários na Web Summit. O que irá partilhar?
A nossa vinda a Portugal tem como objetivo principal falar da atuação da indústria bancária e financeira no Brasil. Somos um setor de vanguarda em tecnologia e, já há muitos anos, benchmark, e um dos mais inovadores do mundo também em segurança, dados, e integridade. A nossa expectativa é de que possamos trocar experiências e mostrar a relevância do setor bancário brasileiro, não só para o Brasil, como também a integração com outros países e outros continentes.

Vai estar com banqueiros portugueses. O que é que vai partilhar com eles?
A ideia é mostrar que o Brasil pode orgulhar-se do seu sistema financeiro robusto, sólido, eficiente, moderno, inovador, bem capitalizado, líquido, bem provisionado, rentável e também com uma grande capacidade de inovação tecnológica. O capital dos bancos brasileiros está acima do mínimo exigido pelas regras de Basileia, com 16% nos rácios de capital ou 15% de rentabilidade, por exemplo. Os níveis de provisão fazem com que o nosso sistema financeiro tenha colchões para eventuais choques externos e internos.

Estas conversas podem abrir portas a futuras parcerias ou à partilha de experiências e de boas práticas com a Banca Nacional?
Sim. Nós temos um evento anual - a Febraban Tech - que mostra a face mais tecnológica e inovadora do setor bancário brasileiro. Temos a perspetiva de internacionalizar esta iniciativa, e é também por essa razão que vamos participar pela primeira vez na Web Summit em Lisboa. Acredito que temos condições de fazer com que a Febraban Tech possa ser um fórum de debate das grandes inovações bancárias, um assunto que afeta o mundo inteiro. Hoje os clientes bancários querem comodidade, eficiência, segurança, e também querem ter a certeza de que podem encontrar produtos e serviços financeiros com os quais consigam realizar as suas transações. E estes são desafios de todos os países.

E o objetivo de trazer esse fórum para fora do Brasil seria que ele se realizasse em Portugal?
Sim, temos o desejo de realizar essa feira de tecnologia bancária - que já é a maior da América Latina - fora do Brasil. São dois ou três dias de muitos debates, com convidados internacionais, mas temos a pretensão de realizar uma edição internacional fora do Brasil. Reconheço que é uma pretensão ousada, mas creio que está à altura daquilo que o Brasil pode oferecer em termos de inovação de tecnologia bancária.

Na sua perspetiva de especialista nestas áreas, como é que vê a banca portuguesa?
Vejo uma banca que procura oferecer às famílias e às empresas serviços e produtos financeiros de alta qualidade. O mundo inteiro está a preparar-se para isso, e não há espaço para amadorismo nos sistemas bancários. Nenhum setor bancário pode errar porque é na indústria financeira que as pessoas, as famílias, as empresas depositam os seus investimentos e as suas economias. O setor bancário português tem um elevado padrão de qualidade e de segurança dos dados, e isso faz com que Brasil e Portugal possam continuar, também nessa área, a trocar experiências, expandindo e fortalecendo os seus respetivos setores financeiros e mercados de crédito.

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