O presidente dos EUA, Donald Trump, reagiu no Twitter ao abate de um drone militar norte-americano pelos iranianos. "O Irão cometeu um grande erro!", escreveu..Os Guardas da Revolução do Irão anunciaram esta quinta-feira terem abatido um avião não-tripulado norte-americano, em violação do espaço aéreo no sul do país, numa nova escalada de tensão entre Washington e Teerão. Os EUA confirmaram ter perdido o aparelho, mas alegam que este estava em espaço aéreo internacional, sobre o estreito de Ormuz..De acordo com a Press TV, o canal de informação em inglês da televisão estatal iraniana, um modelo Global Hawk, da empresa norte-americana Northrop Grumman, "foi abatido pela força aérea" de Teerão, na província costeira de Hormozgan, no sul do Irão..A televisão estatal não forneceu, contudo, imagens do drone abatido..Uma fonte oficial norte-americana confirmou à Reuters o abate do aparelho, mas revelou que este estava a sobrevoar o estreiro de Ormuz, em águas internacionais. O responsável, que quis manter o anonimato, indicou que o drone é um MQ-4C Triton, da marinha norte-americana, que segundo o fabricante, Northrop Grumman, pode voar durante 24 horas a altitudes superiores a 16 mil metros e um alcance operacional de 8200 milhas náuticas.Este incidente ocorre num contexto de fortes tensões entre o Irão e os Estados Unidos e depois de, na passada quinta-feira, dois petroleiros, um norueguês e um japonês, terem sido foram alvo de ataques no estreito de Ormuz..O Irão negou qualquer envolvimento nos ataques, e sugeriu que podia tratar-se de um golpe norte-americano para justificar o uso da força contra a República Islâmica..Na segunda-feira, os países-membros da UE mostraram-se prudentes na atribuição de responsabilidades nos ataques no golfo de Omã, recusando-se a alinhar com Washington e Londres, que culparam Teerão, e ainda a Arábia Saudita, rival regional do xiita Irão e aliada dos Estados Unidos..Vários ministros presentes no Conselho de Negócios Estrangeiros da UE manifestaram apoio à posição defendida pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e a Alta Representante para a Política Externa e de Segurança dos 28, Federica Mogherini, admitiu a preocupação do bloco "com o risco de derrapagem"..Também na segunda-feira, o ministro da Defesa norte-americano, Patrick Shanahan, anunciou que vão ser enviados cerca de mil soldados para o Médio Oriente, sustentando que "os recentes ataques iranianos validam informações viáveis e credíveis sobre o comportamento hostil das forças iranianas e dos grupos que apoiam, o que representa uma ameaça para os cidadãos e os interesses norte-americanos no conjunto da região"..Em meados de maio, o Pentágono já tinha enviado para o golfo um porta-aviões, o USS "Abraham Lincoln", um navio de guerra, bombardeiros B-52 e uma bateria de mísseis Patriot. No final do mesmo mês, tinha anunciado a transferência para o Médio Oriente de mais 1.500 soldados..O diferendo entre os EUA e o Irão é longo e a crispação está a aumentar desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou, há um ano, o país do acordo nuclear internacional de 2015, assinado entre os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança -- Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China -- mais a Alemanha) e o Irão, restaurando sanções devastadoras para a economia iraniana..(Notícia atualizada às 15.45, com reação de Trump)