Investigadores encontram ligações biológicas entre carne vermelha e cancro colorretal

Investigadores sequenciaram dados de ADN de 900 pacientes com cancro colorretal, num estudo que envolveu um grupo de 80 000 profissionais de saúde que interrogaram os pacientes sobre os seus estilos de vida
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Comer menos carne vermelha é um dos principais conselhos médicos para prevenir o cancro colorretal, mas a forma como essa carne causa a mutação das células permanece envolta em mistério, e nem todos os especialistas estão convencidos de que existe, de facto, uma ligação forte.

No entanto, um novo artigo na revista Cancer Discovery identificou agora padrões específicos de danos ao ADN desencadeados por dietas ricas em carne vermelha e anunciou a possibilidade de detetar precocemente o cancro e desenvolver novos tratamentos.

Nas investigações anteriores, as pessoas que desenvolveram a doença foram questionadas sobre os seus hábitos alimentares. No entanto, a falta de clareza levou uma equipa de investigadores a declarar, em 2019, que tinha apenas um baixo grau de certeza de que reduzir o consumo evitaria mortes por cancro.

"Quando dizemos que a carne vermelha é cancerígena e afeta a incidência de cancro, deve haver alguma maneira plausível de prová-lo", disse à AFP o oncologista Marios Giannakis, do Dana-Farber Cancer Institute, que liderou o novo estudo.

Para resolver esta lacuna, Giannakis e os seus colegas sequenciaram dados de ADN de 900 pacientes com cancro colorretal, num estudo que envolveu um grupo de 80 000 profissionais de saúde que interrogaram os pacientes sobre os seus estilos de vida.

"Com a carne vermelha, existem produtos químicos que podem causar alquilação", explicou o oncologista.

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