Investigadores criam tele-ecografias assistidas por robô

Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveu um sistema que permite realizar tele-ecografias assistidas por um robô comandado à distância pelo médico e que poderá trazer benefícios para utentes de zonas mais isoladas.
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O sistema de tele-ecógrafo robotizado consiste num robô telecontrolado via Internet que possui uma sonda ecográfica na extremidade, explicou hoje à Lusa Rui Cortesão, coordenador do projecto.

"A inovação do sistema está no médico poder tele-controlar directamente o robô à distância para obter as imagens ecográficas que pretende", indicou, referindo que o paciente pode estar a quilómetros de distância do clínico.

A unidade de saúde onde se encontra o paciente terá de ter instalado o sistema robótico com a sonda, para que o médico, à distância, "envie comandos para o robô, de forma a obter as imagens".

O clínico pode controlar a sonda inserida no robô através de um computador ou de um dispositivo tipo caneta a partir do qual recebe informação de forças de contacto, precisou o investigador.

O novo sistema, validado há algumas semanas por um médico, é encarado como uma "boa solução para as unidades de saúde sem especialistas em áreas com componente imagiológica", como ginecologia/obstetrícia, cardiologia e radiologia.

"Um utente do Interior do país que, até agora, tinha de se deslocar a um hospital central ou a uma clínica distante para realizar ecografias, com este sistema, pode fazê-lo na unidade de saúde mais próxima", realça Rui Cortesão.

Os próprios médicos especialistas "podem realizar ecografias a partir de um hospital central ou mesmo de casa, sem terem de se deslocar aos centros de imagiologia", acrescentou.

Rui Cortesão refere que está prevista a realização, após o Verão, de uma tele-ecografia transatlântica, a partir de Boston, nos Estados Unidos, a um paciente localizado em Coimbra.

O sistema está a ser desenvolvido no Instituto de Sistemas e Robótica do Departamento de Engenharia Electrotécnica de Computadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia e o registo da patente será um dos próximos passos dos investigadores.

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