Inquérito sobre António Costa inclui mais de 20 escutas

Parte das conversas escutadas são entre Costa e o ex-ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, onde são abordadas questões de licenciamento ambiental.
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A certidão extraída do processo com vista à abertura de um inquérito autónomo sobre António Costa foi remetida esta terça-feira pela Procuradoria-Geral da República ao Ministério Público e conta com mais de 20 escutas telefónicas.

De acordo com a Rádio Observador, que avançou a notícia, as escutas em que o primeiro-ministro intervém foram validadas por António Piçarra e Henrique Araújo, anterior e atual presidentes do Supremo Tribunal de Justiça.

Parte das conversas escutadas são entre Costa e o ex-ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, onde são abordadas questões de licenciamento ambiental.

"Já te disse: falaremos disso mais tarde", terá dito o agora primeiro-ministro demissionário ao seu antigo companheiro de Governo. O tom utilizado por Costa terá sido interpretado pelos magistrados do Ministério Público como um sinal de que receava estar sob escuta.

De acordo com a edição desta quinta-feira do Correio da Manhã, o Supremo Tribunal de Justiça validou três escutas que envolvem António Costa.

O primeiro-ministro, António Costa, pediu na terça-feira a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

Esta decisão surge na sequência de uma operação sobre negócios do lítio e do hidrogénio verde, coordenada pelo DCIAP e que contou o apoio da Polícia de Segurança Pública (PSP) e Autoridade Tributária (AT).

No âmbito desta operação foram detidos o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o advogado Lacerda Machado, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas e os dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves.

O MP constituiu ainda como arguidos o ministro João Galamba e o presidente do Conselho Diretivo da APA, Nuno Lacasta.

Em causa, segundo a Procuradoria-Geral da Republica (PGR) estão crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência.

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