Inquérito limpa ciclistas das maiores culpas na dopagem

Processo Os ciclistas da Liberty Seguros podiam ter suspeitas sobre Alberto Beltrán, mas como não faziam perguntas à hierarquia nem tinham conhecimentos científicos suficientes não punham em causa os métodos do médico.
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"O instrutor ficou com a convicção de que o médico da equipa, bem como o director desportivo, exercem sobre os atletas um poder de autoridade semelhante ao existente entre empregador e empregado numa relação laboral, Nesse sentido, torna-se difícil para um atleta questionar as substâncias que lhes são administradas, porquanto, desde logo, não dispõem de conhecimentos para discutir essas matérias e, por um lado, porque, como referiu a testemunha Filipe Cardoso, isso pode ser mal acolhido no seio da equipa", indica o processo a Nuno Ribeiro , consultado pelo DN.

Ribeiro admitiu que ainda se questionou sobre o motivo para Beltrán ter começado a dar substâncias sem rótulos. Mas a ausência de positivos nos primeiros anos levou-o a ganhar confiança, "até porque o médico ficava irritado com perguntas". Cândido Barbosa testemunhou que o colega "é um atleta muito rigoroso e cumpridor, pelo que, se lhe disserem para treinar de determinada forma, ou para tomar determinado produto, este fá-lo sem questionar". Mas, mesmo com indícios a apontarem para responsabilidades acima dos ciclistas, incluindo o facto de a CERA não estar acessível em farmácias normais, apenas os atletas foram para já punidos, com dois anos de suspensão.

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