A idD- Plataforma das Indústrias de Defesa identificou em 2015 "mais de 50" concursos públicos internacionais na área da Defesa, num "valor superior a 260 milhões de euros", que divulgou junto das empresas portuguesas do setor..A informação consta do relatório de atividades da idD relativo a 2015. O seu presidente, Eduardo Neto Filipe, disse ao DN não ter informação sobre que empresas participaram naqueles concursos e em quais deles.."Estamos a consolidar esses números [...]. Neste momento as empresas têm a informação e o mais importante para começarem é que estamos a ajudá-las a compreender o 'caminho das pedras'", precisou Eduardo Neto Filipe..O relatório da idD, onde estão descritas as atividades e iniciativas desenvolvidas pela plataforma criada em 2014 pelo então ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco, indica que já existem 249 empresas nacionais aderentes à Base Tecnológica e Industrial de Defesa.."A economia de defesa emprega atualmente cerca de 20 mil trabalhadores e representa 1,7 mil milhões de euros em volume de negócios, cerca de 1% do produto interno bruto [PIB]", diz a idD. Acresce que a "enorme margem de crescimento para as empresas portuguesas" indica que "não há razão nenhuma para que este setor não venha a representar 2% do PIB nacional na próxima década"..Estes números - incluindo o objetivo de duplicar o peso da economia do setor em termos de PIB numa década - suscitam no entanto fortes reservas no atual ministro da Defesa, Azeredo Lopes, bem como no grupo parlamentar do CDS-PP..O potencial" de crescimento do setor para os "quatro mil milhões de euros em 2020 parecem bastante irrealistas", assim como "passar em dois anos de 100 empresas para quase 300", disse terça-feira o ministro Azeredo Lopes na Comissão parlamentar de Defesa.."Quem me dera que em dois anos" tivesse havido essa triplicação de empresas no setor "por causa da idD", acrescentou..O deputado João Rebelo (CDS) manifestou igualmente dúvidas, na referida audição : "Não partilho do otimismo exibido" pela idD..João Rebelo propôs que o governo utilize, em reforço da Base Tecnológica das Indústrias de Defesa, parte das verbas oriundas da gestão do património imobiliário em uso pelas Forças Armadas e que é feita através da Lei de Infraestruturas Militares..Esta lei foi criada para financiar o entretanto extinto Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas com as verbas oriundas da venda (ou outra das formas previstas de cedência) dos imóveis abrangidos..Para Azeredo Lopes, a referida base tecnológica industrial será "uma das áreas de interesse" a financiar, mas "falta saber a posição" do Ministério das Finanças..As indústrias de Defesa incluem empresas têxteis, de calçado, de robótica e automatização, de materiais tecnológicos, de saúde, ambiente, pesquisa, construção e engenharia, de sistemas de comunicação e informação ou dos setores naval e aeroespacial, entre outros..Relativamente aos concursos públicos internacionais identificados pela idD, identificados no relatório de atividades de 2015, a maioria decorrem no quadro da NATO e vão dos 160 mil euros aos 146,9 milhões de euros.