Indemnização por atraso no pagamento da renda baixa 30%

Medida que consta de uma proposta de lei do governo foi aprovada com os votos da esquerda no grupo parlamentar de trabalho que hoje iniciou as votações dos diplomas sobre habitação
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As indemnizações que os senhorios podem pedir aos inquilinos, por atraso no pagamento das rendas, vão baixar 30%. Atualmente a lei diz que, em caso de mora, o proprietário tem direito a exigir não só o pagamento das rendas, mas também uma indemnização equivalente a 50% do valor devido. Um valor que passa agora para os 20%. A alteração consta de uma proposta de lei do governo e foi esta manhã aprovada no grupo parlamentar de trabalho sobre habitação, que começou hoje as votações do pacote legislativo que integra mais de 20 propostas.

A regra não se aplica se o "contrato for resolvido com base na falta de pagamento".

Esta é ainda uma primeira votação, que terá de ser confirmada em comissão, e depois na votação final em plenário da proposta de lei do executivo. Mas dá já uma indicação da posição favorável dos partidos à mudança, que mereceu os votos favoráveis do PS, Bloco de Esquerda e PCP.

Outra alteração que foi hoje aprovada, em votação indiciária, refere-se às indemnizações pagas aos inquilinos que sejam alvo de despejo, nos casos em que o proprietário reclame a habitação para o seu uso próprio. Nestas circunstâncias, a proposta da bancada parlamentar comunista estabelece que o "arrendatário está isento de imposto sobre a indemnização que auferir".

Aprovada foi também a proibição de discriminação no acesso ao arrendamento em razão da nacionalidade, que se junta agora a idêntica interdição em razão do sexo, ascendência ou origem étnica, língua, religião e orientação sexual, entre outras.

As votações acabaram por ser suspensas quando a discussão entrou nas alterações ao Balcão Nacional do Arrendamento, já que uma das medidas preconizadas pelo PS foi chumbada pelos restantes partidos, o que obriga agora a rever os pressupostos das alterações que os socialistas pretendiam introduzir ao BNA. Prosseguem na próxima terça-feira, altura em que serão também votados os diplomas que atribuem benefícios fiscais ao arrendamento acessível ou de longa duração.

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