Incidente com militares e desistência de candidata agitam legislativas no Congo

Um incidente envolvendo militares e a desistência de uma candidata agitaram hoje na segunda volta das eleições Legislativas na República do Congo, onde o partido do Presidente Denis Sassou Nguesso deverá renovar a sua maioria na Assembleia Nacional.
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A votação começou às 08:00 horas locais (a mesma em Lisboa) na maioria dos centros de votação visitados pelos correspondentes da agência de notícias francesa AFP em Brazzaville.

Os eleitores devem decidir entre os 94 candidatos que permaneceram na disputa nos 47 círculos eleitorais.

O Partido Congolês do Trabalho (PCT), do Presidente Denis Sassou Nguessou, obteve 72 assentos de 151 na primeira volta a 16 de julho, contra sete da União dos Democratas e Humanistas (UDH-Yuki), de Guy Brice Parfait Kolélas, e três da União Pan-Africana para a Democracia Social (UPADS).

Pouco antes do meio-dia, em Brazzaville, na segunda circunscrição de Ouenzé eclodiram incidentes envolvendo militares, de acordo com testemunhas.

Os militares "vieram com os seus uniformes e cartões de eleitor para votar, mas sem os cartões de identidade. Agora, cada eleitor deve apresentar os dois documentos, a fim de cumprir o seu dever cívico", disse à AFP Flora Anique Mbemba, suplente da candidata independente Marien Ikama, opositora do PCT (do candidato Dominique Ondzé).

"Para nós, estes são eleitores fictícios (referindo-se aos militares), que não têm direito de voto", argumentou Flora Anique Mbemba.

"Por ter denunciado a situação (dos alegados eleitrores fictícios), cinco dos nossos militantes foram espancados e a nossa candidata decidiu abandonar a corrida eleitoral e deixar o seu opositor sozinho", disse a suplente, quase em lágrimas.

"Os militares que votaram foram todos devidamente registados. Foram apenas os uniformes que criaram pânico nos delegados", disse Jean Bayabi, chefe do centro de votação.

As autoridades adiaram a votação em nove dos catorze distritos eleitorais de Pool, no sul do país. Esta região, próxima de Brazzaville, mergulhou na violência desde a contestada eleição presidencial de março 2016, vencida por Sassou Nguessou, que está há mais de 33 anos no poder.

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