Em comunicado, a Associação Portuguesa das Famílias Numerosas (APFN) critica o relatório divulgado na segunda-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), defendendo que o aumento da esperança média de vida "não representa, por si só, uma diminuição da capacidade do Estado de pagar reformas".."O que verdadeiramente tem feito aumentar a idade da reforma em Portugal e diminuir o seu valor é o cada vez mais baixo número de nascimentos", reitera a APFN..A associação apela à adoção de mais medidas políticas de apoio à natalidade "com caráter de urgência" e recorda o caso francês, que aumentou o Índice Sintético de Fecundidade (ISF) para 2,1..O ISF é o indicador estatístico que representa o número médio de crianças nascidas vivas por mulher em idade fértil (entre os 15 e 49 anos) ao longo de um ano. O valor de 2,1 é considerado como sendo aquele que permite assegurar a substituição de gerações..A associação que representa as famílias numerosas em Portugal defende que o fator de sustentabilidade do sistema de Segurança Social em Portugal deve passar a ser a idade média da população, sublinhando que, com medidas políticas que permitam às famílias ter mais filhos, o valor da idade média da população portuguesa poderá estabilizar, ou até mesmo diminuir..Desta forma, acrescenta a APFN, estaria garantida a substituição de gerações e o futuro do sistema da Segurança Social..Um terço dos 34 países da OCDE aumentou ou vai aumentar em breve a idade da reforma para os 67 ou mais anos. .A conclusão foi divulgada na segunda-feira no relatório da OCDE "Pensions Outlook 2012", que recomenda aos seus membros o aumento da idade da reforma e o incentivo a planos de pensões privados, como forma de garantir a sustentabilidade do sistema público de pensões nos diferentes países..Para a organização, tendo em conta que nos próximos 50 anos a esperança média de vida deverá aumentar mais de sete anos nas economias mais desenvolvidas, "os governos deverão trabalhar no sentido de adequar a idade da reforma à esperança média de vida", seguindo os exemplos de países como a Dinamarca ou a Itália. .Em Portugal, a atual idade para a reforma é de 65 anos. .A APFN foi constituída em 1999 e representa famílias com três ou mais filhos.