Incêndios:Turistas retirados de hotéis em Monchique nunca estiveram em risco - RTA

Os turistas retirados de hotéis das Caldas de Monchique devido ao incêndio que lavra desde sexta-feira no concelho algarvio "nunca estiveram em risco" e foram tratados com "elevados padrões de segurança", disse o presidente da Região de Turismo algarvia.
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João Fernandes, recém-empossado presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), disse à agência Lusa que falou com os responsáveis do Macdonald Monchique Resort & Spa e do Villa Termal das Caldas de Monchique e estes garantiram que meio milhar de turistas que lá estavam hospedados foram realojados em unidades hoteleiras de concelhos vizinhos.

O representante disse ainda já ter recebido informações que dão conta de uma normalidade na gestão de reservas nos hotéis dessa zona, havendo inclusivamente reservas a ser ainda realizadas, embora admita que, na área afetada pelo fogo, vá "haver quebras" devido ao estado de devastação do terreno.

"Temos estado em contacto permanente com a Proteção Civil, que está no terreno a combater e a desenvolver o seu trabalho, bem como os responsáveis das unidades hoteleiras da região, que nos têm garantido que tudo está a correr bem com o bem-estar dos turistas e com o seu bom acolhimento", afirmou o presidente da RTA.

João Fernandes agradeceu as diligências feitas para realojar os turistas que se encontravam nessas unidades e afirmou ter a "certeza de que foram garantidos, pelo menos, todos os padrões mais elevados de segurança e proteção dos residentes e turistas".

"É muito importante relembrar que não houve nem há turistas em risco por causa do incêndio rural que está ativo na serra de Monchique desde 03 de agosto", frisou.

João Fernandes deu conta de uma conversa que teve com o diretor-geral do Macdonald Monchique Resort & Spa, Rob Veltman, na qual lhe foi adiantado que "a unidade não sofreu qualquer dano, até porque tinha feito as medidas de prevenção na devida altura", e revelou que houve pessoas que "já lá voltaram para ligar os aspersores e encher a piscina" para "ajudar também no combate ao incêndio".

"Garantiram-nos, por exemplo, a segurança atempadamente dos 369 turistas que tinham acolhidos no hotel, dos quais 123 eram crianças. Também falámos com o responsável da Villa termal das Caldas de Monchique, o António Monteiro, que também nos informou que, do ponto de vista infraestrutural, não houve qualquer problema e que retiraram igualmente 140 hóspedes no domingo à noite", quantificou.

João Fernandes disse também que, "à volta das Caldas [de Monchique], as moradias privadas já estão a salvo" e estão "a decorrer até operações de rescaldo", e adiantou ter falado com "os hotéis para onde foram levados os turistas, o Pestana, o Tivoli, Júpiter e o Hotel Quinta do Lago.

Houve garantias de que "todos se encontram de boa saúde e a dar continuidade às suas férias no Algarve".

O presidente do Turismo do Algarve pediu prudência na comunicação sobre o fogo e as suas consequências para "não perturbar o trabalho dos operacionais no terreno", mas reconheceu ter emitido um comunicado dirigido à imprensa internacional, sobretudo britânica, a informar que o incêndio afeta uma zona circunscrita e não é um incêndio em toda a região do Algarve, como estava genericamente a ser comunicado.

"A verdade é que estes acontecimentos, até pela via das alterações climáticas, têm ocorrências em vários destinos. Pudemos ver agora a realidade [do estado norte-americano] da Califórnia e a dimensão, num país que tem meios muito significativos e robustos e tem dificuldades em fazer face a uma ocorrência desta natureza", afirmou, relativizando o impacto que este tipo de incidentes têm para o destino turístico Algarve.

Várias localidades foram evacuadas na sequência deste incêndio rural, que atinge também os concelhos de Silves e Portimão. Há 29 feridos ligeiros e um ferido grave.

Segundo dados da União Europeia, arderam nestes cinco dias 17.400 hectares.

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