Inatel. Há 35 anos a oferecer turismo para todos
Do desenvolvimento do "turismo social" no país à realização de sonhos em aldeias com menos de cem habitantes, a Fundação Inatel dinamiza os tempos livres dos portugueses há 80 anos. Criada em junho de 1935 como Fundação Nacional para Alegria no Trabalho (FNAT), conta atualmente cerca de 190 mil sócios e uma rede de 25 lojas e 17 hotéis. Desenvolve atividades não só na área do turismo social como também da cultura popular e do desporto amador.
Nas primeiras décadas do século XX, o turismo era uma atividade de luxo e por isso só ao alcance das famílias mais favorecidas. Às classes mais baixas estava reservada a ocupação dos tempos livres em associações e sociedades populares de educação e recreio, bem como em atividades de excursionismo, música e leitura. E foi para impulsionar o "turismo social" no país que surgiu a FNAT, atual Fundação Inatel. O objetivo era, lê-se no site, "criar as infraestruturas destinadas às atividades culturais, desportivas e recreativas dos trabalhadores e suas famílias, com vista a "um maior desenvolvimento físico e moral."
A FNAT cresceu rapidamente: em 1950 eram 41 117 os sócios individuais e 427 os sócios coletivos, em 1958 havia já 73 655 sócios individuais. Em 1975, passou a chamar-se Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores - Inatel e às suas missões acresceu a de direcionar programas de saúde e bem-estar para a população sénior. Em 1999, o instituto - que herdou a gestão das cinco unidades hoteleiras - tinha já 14.
Foi em 2008 que o Inatel deixou de pertencer à administração central do Estado, tendo passado a Fundação Inatel, cujos fins são promover "melhores condições para a ocupação dos tempos livres e do lazer dos trabalhadores, no ativo e reformados, desenvolvendo e valorizando o turismo social, a criação e fruição cultural, a atividade física e desportiva, a inclusão e a solidariedade social."
Atualmente, os portugueses têm à disposição 17 unidades hoteleiras espalhadas por todo o país e pacotes de turismo em Portugal e no estrangeiro. Desde a criação da primeira colónia de férias, em 1938, o Inatel não parou de aumentar a oferta e de apostar na modernização dos espaços já existentes. Em 2011, por exemplo, investiu quase 11 milhões de euros em projetos de requalificação de alguns espaços.
Ao longo dos anos têm surgido sempre novas apostas. Em 2014, por exemplo, foi formada a Academia Inatel, direcionada para profissionais ou formandos nas áreas de cultura, desporto, hotelaria, teatro e turismo. No mesmo ano, a Fundação Inatel lançou a Aldeia dos Sonhos, um projeto que visa a realização de sonhos de pessoas que vivem em aldeias com menos de cem habitantes. Neste ano, a contemplada é a aldeia de São Miguel do Pinheiro: os moradores vão visitar o Porto e o Minho.
Já em junho do ano passado, aquando das comemorações dos 80 anos, o então presidente Fernando Ribeiro Mendes anunciou um produto novo: turismo para realizar voluntariado. Trata-se de uma viagem a São Tomé em que os turistas podem participar em atividades com a população local.