Inalador à venda em Portugal aumenta risco de morte

Um inalador comercializado em 55 países, incluindo Portugal, e que liberta o medicamento brometo de tiotrópio aumenta em 50 por cento o risco de morte entre os doentes com bronquites crónicas, revela uma investigação publicada na revista British Medical Journal.
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Segundo a agência AFP, a conclusão, contestada pelo fabricante alemão Boehringer Ingelheim, surge de dois investigadores britânicos e norte-americanos, após a análise de cinco testes sobre o inalador Spiriva Respimat.

O brometo de tiotrópio é um broncodilatador (que dilata as vias respiratórias, tornando mais fácil a entrada e saída de ar nos pulmões) destinado às pessoas que sofrem da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, que reagrupa as bronquites crónicas e o enfisema.

A investigação em causa abrangeu 6.522 doentes, dos quais 3.686 utilizaram o inalador Spiriva Respimat.

O risco de morte, sobretudo de origem cardíaca, aumentou em 52 por cento entre os utilizadores do inalador.

O brometo de tiotrópio faz parte da família dos anticolinérgicos que aumentam o risco de falhas no ritmo cardíaco, em particular nos doentes já com problemas cardíacos.

Os laboratórios Boehringer Ingelheim questionaram os limites do estudo publicado no British Medical Journal, realçando, como admitem os próprios investigadores, que o número de mortes em causa é muito débil.

A agência Lusa contactou a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) para mais esclarecimentos, mas ainda não obteve resposta.

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