Imunoalergologia. Profissionais pedem recomparticipação das vacinas
Decorreu de 28 de setembro a 1 de outubro a 44.ª reunião anual da SPAIC - Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, com o mote "Gestão Interdisciplinar da Pessoa Alérgica". Foram cerca de 400 participantes que se reuniram em Troia para atualizar conhecimentos na doença alérgica, contando com a presença de palestrantes de 12 especialidades médicas diferentes no programa científico.
A doença imunoalérgica é uma doença sistémica, que afeta vários órgãos e, nesse sentido, é crucial existir um conhecimento e um tratamento interdisciplinares. A prevalência tem vindo a aumentar em todas as faixas etárias, sendo grande o impacto na vida dos doentes. Em algumas situações, a doença alérgica pode provocar a morte, como nos casos de episódios de anafilaxia, provocados por alimentos ou picadas de insetos, como abelhas ou vespas. Além disso, é também importante lembrar que a doença alérgica é uma doença imunológica e que se agrava com as alterações climáticas e a poluição.
As vacinas antialérgicas são a arma mais eficaz para combater este problema, no entanto, não estão ao alcance de todos. Se entre 1981 e 2011 foram comparticipadas, agora deixaram de o ser e esse é um dos cavalos de batalha da SPAIC. A associação pede que esta medida seja reposta e, nesse sentido, fez uma petição para entregar na Assembleia da República, que já tem mais de 7.500 assinaturas.
Alguns dos sintomas da doença alérgica são coincidentes com os da asma, no entanto, os doentes com asma grave apresentam sintomas mais marcados e persistentes, nomeadamente no que toca à dispneia, à pieira, à tosse ou à opressão torácica, mesmo com tratamentos como a inalação de altas doses de corticoides em conjunto com um segundo fármaco controlador. Existe ainda obstrução do fluxo aéreo, baixa função pulmonar, agudizações recorrentes, utilização frequente dos recursos de saúde e múltiplos internamentos.
Para minimizar o impacto da doença na vida dos doentes, o imunoalergologista tem o papel de classificar os diferentes fenótipos com relevância clínica, para orientar as terapias biológicas, que têm como alvo as moléculas específicas e vias inflamatórias que contribuem para a asma.
A autora do artigo não recebe qualquer honorário para colaborar nesta iniciativa.
Esta iniciativa é apoiada pela GSK, sendo os artigos integrados no projeto Ciência e Inovação da responsabilidade dos/as seus/suas autores/as.