Imprensa revela que Papa Francisco tem tumor cerebral. Vaticano desmente
O jornal italiano Quotidiano Nazionale noticia esta quarta-feira que o Papa Francisco tem um tumor no cérebro, ressalvando que se trata de um problema que é curável e não necessita de intervenção cirúrgica. O Vaticano já desmentiu.
De acordo com o jornal, o médico japonês Takanori Fukushima, especialista em tumores cerebrais e aneurismas, que trabalha na clínica de San Rossore, na região italiana da Toscana, ter-se-á deslocado de helicóptero desde Pisa até ao Vaticano, onde terá avaliado o estado de saúde do Papa, "provavelmente no final do mês de janeiro".
O Vaticano desmentiu entretanto a notícia, referindo também que o helicóptero que habitualmente transporta o Papa não fez qualquer voo até à Toscana, com exceção das viagens de preparação da deslocação do Sumo Pontífice até Florença no próximo mês de novembro, tendo o helicóptero do Vaticano aterrado na cidade apenas por questões logísticas.
A agência noticiosa italiana Ansa, no entanto, revela ter confirmado que o especialista japonês voou de Pisa num helicóptero da clínica San Rossore para consultar o Papa Francisco, de 78 anos, no Vaticano.
"A circulação de notícias completamente infundadas relacionadas com a saúde do Santo Papa, da autoria de um jornal italiano, são gravemente irresponsáveis e não merecem atenção", disse já esta quarta-feira o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, citado pela agência Reuters. "Além disso, e como é claramente evidente, o Papa tem prosseguido a sua atividade intensa de forma totalmente normal", acrescentou.
Confrontado com o desmentido do Vaticano, o diretor do Quotidiano Nazionale garante que o esperava, mas sublinha que não poderia deixar de transmitir a informação à opinião pública. No editorial do jornal, assinado pelo próprio diretor, Andrea Cangini, aborda-se o "problema" de publicar uma notícia que terá impacto mundial. "Escrevemos hoje, baseando-nos em fontes seguras, que o Papa Francisco tem um tumor no cérebro e até ontem perguntámo-nos se seria lícito violar de forma tão evidente a privacidade de um homem".
O editorial segue considerando, porém, que "aquilo que vale para os chefes de Estado e Governo aplica-se, no nosso ponto de vista, também ao chefe da Igreja católica: em casos do género, a doença deixa de ser um acontecimento privado para se tornar uma questão de interesse público". O editorial refere ainda que "a demissão de Joseph Ratzinger e o estilo informal do Papa Francisco desmistificaram a sacralidade do Pontificado, humanizando-o: nunca como hoje o Papa aparece como um homem entre os hoemens". E conclui sublinhando que Jorge Mario Bergoglio "saberá transformar um elemento de fraqueza num factor de força".
A notícia surge num momento delicado para o Vaticano, nas vésperas do encerramento do Sínodo dos Bispos sobre a família, que tem refletido sobre matérias polémicas no seio da Igreja, como por exemplo a comunhão dos divorciados. Por coincidência ou não, na audiência semanal desta quarta-feira o Papa Francisco falou perante milhares de pessoas na Praça de São Pedro, recordando a figura de João Paulo II - que durante anos lutou contra a doença de Parkinson sob o olhar dos crentes - e pediu aos jovens que tomassem como exemplo o testemunho de vida do antigo Papa. Dirigindo-se também aos doentes, disse-lhes que transportassem "com alegria a cruz do sofrimento", como João Paulo II lhes ensinou.