"Imprecionante". Ministro da Educação do Brasil volta a dar erro de português

Abraham Weintraub já trocou nome de escritor por petisco árabe e cometeu dois erros ortográficos numa só carta ao colega da economia. Também partilhou, por engano, um <em>tweet </em>crítico a Bolsonaro. E ainda gravou vídeo a cantar "Singin' in the Rain" de guarda-chuva
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O deputado Eduardo Bolsonaro, que depois de um período de abstinência voluntária do vereador Carlos Bolsonaro se tornou o filho do presidente da República mais ativo nas redes sociais, escreveu no Twitter que o Brasil nunca teve "uma pesquisa feita por órgão oficial sobre o uso defensivo de armas de fogo" e que seria "interessante apoiar um projeto assim caso houvesse oportunidade'.

O tweet era endereçado, em jeito de sugestão, aos ministros Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, e Abraham Weintraub, da Educação. Este último apressou-se a agradecer a sugestão: "Mais imprecionante (sic): não havia a área de pesquisa em Segurança Pública".

As reações na internet ao tweet, como seria de esperar, foram impressionantes. E se o tweet entretanto foi apagado, ainda pode ser lido em algumas das reações.

O ministro que tutela a Educação é, paradoxalmente, o membro do gabinete de Jair Bolsonaro que mais comete erros de português em público. Antes do "imprecionante", escrevera "descente" (e não "decente") e "haviam emendas" (e não "havia emendas"). Numa carta enviada ao ministro da economia, Paulo Guedes, que chegou ao domínio público queixava-se de uma "suspenção" (em vez de "suspensão") de verbas passadas pelo colega de executivo que poderia levar à "paralização" (em vez de "paralisação") de algumas áreas do seu ministério.

Em plena audiência no Senado chamou o escritor Franz Kafka de "kafta", um acepipe árabe muito comum no Brasil. "Acepipe", aliás, foi a expressão que encontrou para definir os seguidores de Lula da Silva - em vez de usar "assecla" ou "acólito", o que teria em princípio em mente, usou aquela palavra que significa "petisco" ou "iguaria".

Meme involuntário

Embora os erros de ortografia sejam o prato forte das piadas feitas em redor de Weintraub na internet, no dia de natal o ministro tornou-se um meme involuntário por outro motivo: partilhou um tweet de um apoiante de Bolsonaro a criticar o presidente. O tweet lamentava a aprovação, pelo Planalto, de um projeto que cria o juiz de garantia, medida contrária às pretensões de Sergio Moro, e chamava Bolsonaro de "traidor" ao plano contra o crime do ministro da justiça.

Quando percebeu que tinha partilhado uma crítica ao chefe do governo, Weintraub atribuiu a culpa ao sinal intermitente da internet no navio em que se encontrava.

O ministro ficou célebre também por fazer uma aparição ao vivo nas redes sociais de guarda-chuva a cantar "chuva de fake news" ao som de "Singin' in the Rain", celebrizado pelo ator americano Gene Kelly. Também acusou as universidades públicas de terem plantações de maconha (cannabis), fabricarem anfetaminas e promoverem orgias.

Embora elogiado por Bolsonaro, o seu nome é dos mais falados numa eventual remodelação governamental em fevereiro. Weintraub já é o segundo ministro da educação do atual governo, substituindo Ricardo Vélez, demitido em março.

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