Impasse marca negociações na Lear

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Administração da Lear Corporation e sindicatos não chegaram a acordo quanto aos valores das indemnizações a pagar aos 285 trabalhadores que a empresa pretende despedir na unidade de Valongo. Depois de ontem reunirem por duas vezes, ao final da tarde, o encontro terminou sem data marcada para nova ronda de negociações. As estruturas sindicais acreditam que o impasse pode resultar num romper definitivo e vão estudar formas de luta.

Fontes ligadas ao processo revelaram que a administração terá apresentado valores inferiores aos que foram pagos aquando do encerramento da fábrica na Póvoa de Lanhoso, cerca de dois meses por cada ano de casa. O DN apurou que a proposta da multinacional norte-americana de cablagens para automóveis será pouco superior a 1,5 meses por cada ano. Verbas que, por razões diferentes, foram rejeitadas pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte (STIEN) e pelo Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (Sindel).

"A nossa posição não se alterou. O STIEN defende que os postos de trabalho não são negociáveis", diz Miguel Moreira, dirigente daquela estrutura, que tem defendido que os despedimentos são desnecessários e que a empresa tem mesmo condições para continuar a laborar em Valongo. O STIEN, afecto à CGTP, agendou um plenário para a próxima terça-feira, onde irá marcar presença Carvalho da Silva, secretário-geral da intersindical.

Já o Sindel propõe-se esperar até à próxima sexta-feira, para ver se há indicações da administração. "Caso contrário, vamos estudar com os trabalhadores formas de luta", afirmou Ângelo Pereira, vice-secretário geral do sindicato. Este responsável adianta ainda que a administração deverá aceitar que a antiguidade dos trabalhadores seja incluída como critério de escolha para os trabalhadores a despedir.

Os responsáveis da empresa justificam estes despedimentos com a necessidade de adequar o quadro laboral ao actual volume de encomendas. Apesar de este ser um panorama que se está a repetir um pouco por toda a estrutura europeia da Lear Corporation, com especial destaque para a Espanha (ver caixa), para já parece estar afastado qualquer cenário semelhante para a unidade de Palmela da multinacional norte-americana de cablagens. C

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