A ilha de São Jorge registou desde 19 de março até hoje 37.810 sismos, dos quais 288 foram sentidos pela população, revelou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA)..Num ponto de situação feito este domingo sobre a crise sismolvulcânica naquela ilha açoriana, divulgado no seu portal oficial, o CIVISA refere que, "até ao momento, foram registados aproximadamente 37.810 eventos de baixa magnitude e de origem tectónica"..O CIVISA "mantém os níveis de monitorização" na ilha, ao mesmo tempo que "está a providenciar o reforço da rede de observação sismovulcânica permanente, no sentido de poder detetar sinais precursores de uma nova situação pré-eruptiva".."A integração da informação disponível permite concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, foram reativadas", descreve o CIVISA..Por outro lado, é "de admitir que, no início do fenómeno, ocorreu uma intrusão magmática em profundidade"..Na quinta-feira, o CIVISA baixou o nível de alerta na ilha de São Jorge de V4 (ameaça de erupção) para V3 (sistema ativo sem iminência de erupção).."A diminuição da atividade sísmica, ainda que de forma lenta, e a observação de tal padrão ao longo das últimas semanas, assim como a ausência de outros sinais anómalos ao nível da deformação, dos gases e das águas, levaram a determinar a descida do nível de alerta científico", justifica..A ilha estava desde 23 de março, às 15:30 (mais uma hora em Lisboa), com o nível de alerta vulcânico V4 de um total de sete, em que V0 significa "estado de repouso" e V6 "erupção em curso", na sequência da crise sismovulcânica registada desde 19 de março..Antes disso, tinha sido ativado o alerta V2, no dia 20 de março às 00:40, e o V3, no mesmo dia, pelas 02:40..Não obstante a descida do alerta, "a atividade sísmica continua muito acima dos valores de referência para a região, pelo que se mantém a possibilidade de se registarem eventos sentidos"..Acresce que "não se pode excluir a eventual ocorrência de sismos de magnitude mais elevada".."Globalmente, a atividade sísmica das últimas semanas apresenta uma ligeira tendência decrescente, por vezes interrompida por pequenos períodos de maior frequência e/ou energia libertada, situando-se presentemente os hipocentros, no geral, a profundidades superiores a cinco quilómetros", descreve o CIVISA..O sismo de maior magnitude (3,8 na escala de Richter) desta crise ocorreu no dia 29 de março, às 21:56..O CIVISA refere que, "no âmbito da monitorização geodésica, os dados existentes desde o início de abril não evidenciam deformação significativa na zona epicentral".."As campanhas de medição de gases e temperatura no solo que se vêm desenvolvendo desde o início desta crise na área epicentral não resultaram, até à data, na identificação de anomalias resultantes da atividade sismovulcânica, mantendo-se os levantamentos de campo", acrescenta..Por outro lado, "as campanhas de hidrogeoquímica nas águas subterrâneas dos dois furos de captação monitorizados não têm revelado variações significativas que possam ser associadas à crise sismovulcânica em curso".