IKEA: o império Ingvar Kamprad Elmtary Agunnaryd

Nasceu na Suécia e revolucionou  o ramo do mobiliário. Ingvar Kamprad subiu  a pulso e hoje é o homem mais rico da Europa
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Ingvar Kamprad tinha onze anos quando fez o seu primeiro 'grande negócio', mas desde os cinco que ia de porta em porta vender fósforos e postais de Natal. Os dividendos da transacção - uma revenda de sementes de jardim - permitiram-lhe trocar a velha bicicleta da mãe por um modelo de corrida mais adequado às viagens que fazia na área da quinta de Elmtaryd, onde cresceu, junto à aldeia de Agunnaryd, no Sul da Suécia. A geografia exacta pode ser desconhecida para muitos mas estas palavras acabariam por entrar no vocabulário de colaboradores e clientes da empresa que Kamprad criou aos 17 anos, em 1943, e que baptizou com as iniciais do seu nome e dos locais que lhe eram mais próximos: IKEA (Ingvar Kamprad Elmtaryd Agunnaryd). Filho de um agricultor alemão descendente de uma família de comerciantes pelo lado materno, Kamprad desde cedo se aplicou na construção daquela que é hoje uma das dez marcas mais conhecidas no mundo e permanece em expansão.

Na década de 40, o futuro comerciante de móveis ainda vendia canetas de tinta permanente e isqueiros pelo correio. Ao ver que o seu maior concorrente se aventurara no mobiliário, decide lançar uma poltrona a que chamou Rut, por ser mais fácil fixar o nome do que o número do produto. Foi em 1948 mas mantém-se a tradição de atribuir nomes aos móveis da IKEA então promovidos através de um folheto e vendidos por encomenda. Os textos eram escritos pelo próprio Kamprad, que apelava à compra directa para evitar custos de distribuição e poder cortar no preço.

O êxito da investida ditou que em 1953 inaugurasse a primeira exposição de móveis, numa antiga fábrica de carpintaria, com o conceito de negócio que perdura até hoje e assenta nos princípios rígidos do homem que sempre geriu a empresa com mão-de-ferro mesmo quando a idade o obrigou a abandonar a direcção e a tornar-se senior advisor.

Pode dizer-se que a IKEA cresceu moldada às adversidades colocadas ao seu fundador: a internacionalização resulta em muito da necessidade de procurar fornecedores na Polónia, quando a marca era boicotada na Escandinávia devido aos baixos preços que praticava.

O design próprio e as embalagens planas surgiram para cortar nos custos de transporte. E os restaurantes porque "um estômago vazio não compra móveis", além de divulgarem a gastronomia sueca. E foi depois de um incêndio na loja de Kungens Kurva (Estocolmo) - inspirada no Museu Guggenheim de Nova Iorque - que aparece o self-service, deixando para o cliente o transporte e montagem dos móveis.

Quando percebeu que na Suécia não havia lugar para empresas familiares, Kamprad quis garantir que os impostos de sucessão não devastariam a fortuna que ia acumulando. Hoje vive na Suíça e mantém a empresa fora da Bolsa: o grupo pertence a uma fundação holandesa cuja estrutura torna o império à prova até de situações de guerra, garantindo que o poder recai sempre nos membros da família.

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