O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), o padre Manuel Marujão, defendeu ontem ao DN que a presença de crucifixos nas escolas não é ofensiva para os não católicos, já que estes fazem parte da "cultura ocidental" em que crentes e não crentes foram criados. ."Há uns anos foi tomada uma decisão judicial em Itália precisamente com esse argumento", recordou. "Para os católicos é um símbolo religioso, para outros é um senhor que deu a vida pelos outros. Um ícone anti-violência". .Para Manuel Marujão impôr a retirada dos crucifixos de todas as escolas seria, além disso, uma forma de limitação da "diversidade cultural" que afectaria a todos: "Se vamos vetar todos os símbolos que possam ter um cariz religioso, qualquer dia não podemos ter uma medalinha ao pescoço, mesmo que seja por uma questão de estética", argumentou..Questionado pelo DN sobre se aceitaria então que uma escola pudesse exibir um crescente islâmico, caso a comunidade o pedisse, o padre admitiu que não, justificando: "Esse não é propriamente um símbolo da nossa identidade cultural. A raiz cultural da escola pública não é muçulmana.P.S.T