Ig Nobel 2017: prémios para gatos líquidos e sólidos, vampiros e música para fetos
Cientistas de todo o mundo reuniram-se na quinta-feira, no Teatro Sanders da Universidade de Harvard, nos EUA, para a 27ª edição dos Prémios Ig Nobel, os prémios que "primeiro fazem rir, depois fazem pensar".
Os Ig Nobel são uma versão bem-humorada dos Prémios Nobel e destinam-se a celebrar o incomum, a honrar a imaginação e a estimular o interesse das pessoas pela ciência, medicina e tecnologia.
Na cerimónia anual foi distinguido, com o Ig Nobel da Física, um estudo que argumenta que os gatos podem tecnicamente ser considerados sólidos e líquidos em simultâneo devido à sua extraordinária capacidade de se adaptarem à forma do recipiente que os contém. O estudo, desenvolvido pelo francês Marc-Antoine Fardin, da Universidade Paris Diderot, foi inspirado em fotografias que circulam online de gatinhos metidos em toda a espécie de recipientes, desde frascos de doce a lavatórios.
"Levantou-me algumas questões interessantes sobre o que significa ser um fluído, então pensei que poderia ser utilizado para destacar assuntos realmente importantes no centro do campo da reologia", a ciência que estuda a deformação e o movimento da matéria, disse Marc-Antoine, citado pelo The Guardian .
Pela primeira vez, foi atribuído um Ig Nobel da Obstetrícia: Marisa López-Teijón, espanhola especialista em reprodução assistida, e a sua equipa, foram premiados pela criação de um dispositivo que permite ao feto ouvir música através da vagina da mãe.
O Ig Nobel da Nutrição foi para uma descoberta realizada pela brasileira Feranda Ito, o canadiano Enrico Bernard e o espanhol Rodrigo Torres, que encontraram o primeiro vampiro: uma espécie de morcego que se alimenta efetivamente de sangue humano.
Outro dos estudos premiados é da autoria de uma equipa de investigadores internacional e demonstrou que o uso do Didgeridoo, instrumento musical de sopro da Austrália, pode ajudar a melhorar a apneia do sono e o ronco. A pesquisa foi premiada com o Ig Nobel da Paz.
Os Prémios Ig Nobel distinguiram ainda o trabalho publicado em 1993 pelo médico britânico James Heathcote, que procurou perceber porque têm os idosos as orelhas grandes. De acordo com os dados alcançados, as orelhas não crescem com a idade, mas são esticadas devido à gravidade. Heathcote levou o Ig Nobel da Anatomia.
Os prémios são organizados pela revista humorística Annals of Improbable Research. A lista completa dos dez premiados na 27ª edição pode ser vista aqui.