Idai: Principais desastres naturais em Moçambique desde as cheias de 2000
- fevereiro/março de 2000
As piores cheias de que há registos em Moçambique ocorreram em 2000. O rio Zambeze transbordou deixando a região da Beira quase totalmente submersa.
As inundações fizeram 800 mortos e provocaram pelo menos 100 mil refugiados, com o sul do país a ficar sem água potável e com os alimentos a escassearem durante um largo período.
- fevereiro/março de 2006
A 23 de fevereiro foi registado no centro e no sul de Moçambique um sismo 7,5 na escala aberta de Richter, que provocou cinco mortos e 27 feridos. A 15 de março, novo sismo de 5,3 atingiu as províncias de Sofala e de Manica, no centro do país sem causar danos.
- janeiro/fevereiro de 2007
A 22 de fevereiro, o ciclone tropical Favio atingiu o distrito de Vilankulo, na província de Inhambane, com uma intensidade equivalente a uma tempestade de categoria 4, tendo matado nove pessoas e afetado mais de 160 mil.
Globalmente, as chuvas e inundações que se registavam desde janeiro desse ano afetaram cerca de 500 mil pessoas.
As colheitas ficaram completamente destruídas e o país precisou de um plano de assistência alimentar do Programa Mundial de Alimentação (WFP, na sigla em inglês) devidos aos riscos de insegurança alimentar das populações.
- março de 2008
O ciclone Jokwe provocou 10 mortes e afetou os distritos de Dondo, Chemba, Marromeu e Shinde, também no centro do país.
- janeiro de 2012
A tempestade tropical Dando, de categoria 1, provocou inundações no sul do país, danificando casas e escolas nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane.
O impacto combinado das tempestades tropicais Dando, Funso e Irina, que durante esse mês atingiram Moçambique, provocou 44 mortos e mais de 100 mil pessoas afetadas. As estimativas apontaram que 28 mil habitações, 735 escolas e 31 unidades de saúdes foram destruídas ou danificadas. Mais de 140 mil hectares de colheitas foram afetados e mais de 40 mil hectares destruídos.
- fevereiro de 2013
Cheias, iniciadas em outubro de 2012, no sul de Moçambique causaram mais de 113 mortos e afetaram mais de 240 mil pessoas, a maior parte pelo transbordo de rios, segundo o balanço final, feito em fevereiro.
A província mais afetada foi a de Gaza, que teve duas localidades, Chókwé e Caniçado, completamente submergidas pelas águas do rio Limpopo.
No mesmo ano, foi registada a eclosão de uma epidemia de cólera na província de Cabo Delgado, norte.
- março de 2014
O ciclone tropical Helen causou fortes chuvas na província de Cabo Delgado, no norte, deixando desalojadas mais de 10 mil pessoas
- janeiro 2015
As fortes chuvas sazonais iniciadas em dezembro de 2014 causaram inundações no norte e centro de Moçambique, com o Governo a emitir um aviso vermelho a 12 de janeiro de 2015.
De acordo com dados oficiais, cerca de 400 mil pessoas foram afetadas nas províncias de Zambézia, Nampula, Niassa, Cabo Delgado e Manica. Quase 15 mil casas ficaram danificadas e outras foram 22 mil completamente destruídas. Mais de 17 mil pessoas ficaram desalojadas.
Potenciado pelas fortes chuvas e pelas inundações, foi declarado um surto de cólera ainda em dezembro de 2014. No total, foram registados 8.835 casos e 65 mortes.
- janeiro 2017
Pelo menos 44 pessoas morreram e 79 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas e inundações nas províncias de Maputo, Gaza, Inhambane e Nampula.
- março de 2019
O balanço provisório da passagem do ciclone Idai é de 557 mortos, dos quais 242 em Moçambique, 259 no Zimbabué e 56 no Maláui.
O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.
A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março, e a ONU alertou que 400.000 pessoas desalojadas necessitam de ajuda urgente, avaliada em mais de 40 milhões de dólares (mais de 35 milhões de euros).
Mais de uma semana depois da tempestade, milhares de pessoas continuam à espera de socorro em áreas atingidas por ventos superiores a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e cheias, que deixaram um rasto de destruição em cidades, aldeias e campos agrícolas.
As organizações envolvidas nas operações de socorro e assistência humanitária têm alertado para o perigo do surto de doenças contagiosas.