Iates de luxo atraem milhares à marina de Vilamoura

Maior exposição nacional de barcos de recreio na água termina hoje. Desportos náuticos têm cada vez mais adeptos e são um complemento de outras actividades turísticas.<br />
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Em Portugal, há cerca de 70 mil pessoas que têm embarcações de recreio registadas, muitas das quais são utilizadas para ir à pesca ou passear com a família e amigos junto às praias. Para atrair potenciais compradores, são necessários certames nas marinas, ou seja, no habitat natural, de forma a conhecerem como funcionam os iates e até experimentá-los numa viagem pela costa.

É o que sucede no Vilamoura Boat Show 2010, a maior exposição nacional de barcos de recreio na água que hoje termina na marina desta localidade do concelho de Loulé, onde eram esperados desde quarta-feira mais de 50 mil visitantes.

Interessados em fazer negócio ou simples curiosos é o que não tem faltado, mas para já ninguém quer a falar em vendas, num evento com um total de cerca de 70 iates de luxo, em que são apresentados novos modelos e marcas, construídos na sua maioria em Itália, Inglaterra e França.

Os preços variam entre 50 mil e quatro milhões de euros, numa mostra que reúne os principais representantes nacionais de marcas de iates a nível mundial. As embarcações da marca Sunseeker, representada em Portugal pela Marina Estrella, por exemplo, são usadas nas filmagens dos James Bond. As de maior dimensão, com mais de 30 metros de comprimento, estão equipadas com cabines e suites, além de uma série de serviços de navegação. Embora este tipo de exposição de náutica de recreio não seja ainda muito recorrente em Portugal, é já um modelo com sucesso, testado a nível internacional, em cidades como Cannes (França), Barcelona (Espanha) e Génova (Itália).

"Este é um sector em que as pessoas, ao comprarem um iate, procuram concretizar um sonho. A náutica soube optimizar e adaptar ao máximo a tecnologia à arte de viver, digamos assim, num ambiente de casa ou até melhor", disse ao DN Paulo Jorge, responsável pela Socievents Portugal, sedeada em Lisboa e organizadora da exposição. Na sua opinião, "Lisboa merecia ter uma marina com aspectos técnicos e arquitectónicos interessantes." "É uma lacuna no nosso país", notou.

A náutica de recreio é um sector novo em Portugal, mas que está a evoluir e que tem de ser encarado como um complemento, nomeadamente ao turismo de sol e praia, para além do golfe. No entanto, "tem havido más interpretações e é preciso desmistificar as coisas".

Esta é a perspectiva de Isabel Romão, da concessionária Marinas Estrella, para quem "a crise económica pode ter efeitos psicológicos positivos na dinamização de negócios". "As marinas são locais por excelência para este tipo de exposições e a antiga Nauticampo não respondeu às necessidades dos expositores. Nos dois últimos anos, esteve tudo completamente parado e, entretanto, registaram-se alterações no mercado", lamentou.

Os barcos de maior dimensão, com mais de 30 metros, podem atingir, no máximo, uma velocidade de 30 nós (cerca de 60 Kms/hora), mas a capacidade e autonomia de combustível de que dispõem, de uma forma geral, não permite atravessar o Oceano Atlântico. "Dá para ir para o Mediterrâneo, desde que haja postos de reabastecimento. É como um carro nas auto-estradas", observou, por seu turno ao DN, Raul Moreira, representante de várias marcas em Portugal.

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