I Liga (balanço): Benfica falha desígnio do 'penta', que pareceu tão próximo

O Benfica falhou o desígnio de conquistar o quinto título de futebol consecutivo, um feito inédito na história centenária do clube lisboeta, que há um mês pareceu ao seu alcance, numa altura em que liderava a I Liga.
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Em apenas quatro jogos, o tetracampeão entregou o comando da prova -- e, posteriormente, o título -- ao FC Porto e só salvou o segundo lugar, e um possível acesso à Liga dos Campeões, na última ronda, com a ajuda do Sporting, derrotado no Funchal.

O Benfica chegou ao clássico da 30.ª jornada com um ponto de vantagem sobre o FC Porto, mas a derrota por 1-0 sofrida em pleno Estádio da Luz, com um golo do mexicano Herrera, aos 90 minutos, fez desmoronar a possibilidade do histórico 'penta'.

Depois disso, o Benfica desbaratou três pontos de vantagem sobre o Sporting, ao perder em casa com o Tondela, e, com um 'nulo' em Alvalade, ficou à mercê dos 'leões', que tinham vantagem no confronto direto, mas falharam na última ronda.

O segundo lugar no campeonato representou, ainda assim, uma espécie de serviços mínimos para a equipa treinada por Rui Vitória, que se viu afastada de todas as outras provas ainda antes do fim de 2017: Liga dos Campeões -- sendo a pior equipa, com seis derrotas em seis jogos --, Taça de Portugal e Taça da Liga.

Na metade inicial da época, o Benfica pagou o custo do desmantelamento do setor defensivo, motivado pelas saídas milionárias do guarda-redes Ederson (Manchester City), do central Lindelof (Manchester United) e do lateral direito Nélson Semedo (FC Barcelona) e agravado pelas lesões sucessivas do 'capitão' Luisão.

O clube da Luz estabilizou à passagem do equador da Liga e, beneficiando da folga proporcionada pelo afastamento prematuro das outras competições, arrancou para uma série de 11 vitórias e um empate na segunda volta, que a levou até ao topo da classificação, do qual caiu com estrondo ao perder em casa com o FC Porto.

Para a quebra benfiquista tão perto da meta terá contribuído decisivamente a lesão na região lombar sofrida pelo avançado brasileiro Jonas, responsável por 42,5% dos golos das 'águias' e melhor marcador destacado do campeonato, com 34 remates certeiros.

A dependência de Jonas acentuou-se a partir do momento em que Rui Vitória abdicou de um sistema tático com dois avançados declarados, que transitou da época passada, agora com o reforço Seferovic, o qual nunca fez esquecer Mitroglou, transferido para o Marselha no defeso.

Pizzi foi incapaz de continuar a assumir-se como o 'motor' incansável do meio campo e isso também ajuda a explicar o insucesso benfiquista, até porque o seu 'braço-direito', o croata Krovinovic lesionou-se com gravidade, obrigando Rui Vitória a procurar em Zivkovic uma solução de recurso.

Sem reforços de peso para compensar as saídas de vários titulares indiscutíveis para alguns dos melhores clubes europeus, o Benfica pagou o desinvestimento na equipa, apesar de até ter começado a época com a conquista da Supertaça, ao impor-se ao Vitória de Guimarães, por 3-1.

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