O apresentador e humorista John Oliver entrevistou Edward Snowden, norte-americano responsável pela revelação do programa de espionagem informática da agência norte-americana NSA (Agência de Segurança Nacional, na sigla inglesa), e fez-lhe a pergunta que, aparentemente, nenhum jornalista antes lhe fizera: ele tinha lido todos os documentos que entregou aos jornalistas? Pressionado, Snowden ficou visivelmente atrapalhado com a pergunta..[youtube:XEVlyP4_11M] Veja toda a entrevista, em inglês.Edward Snowden terá descarregado 1,7 milhões de documentos secretos enquanto trabalhava na NSA, de acordo com um relatório realizado pelo Departamento da Defesa dos Estados Unidos, e entregou uma grande quantidade deles ao jornal britânico The Guardian, que revelou o esquema de vigilância em massa feito pela NSA.."Quantos desses documentos é que leu?" perguntou John Oliver, em entrevista para o seu programa Last Week Tonight da cadeia norte-americana HBO, a Snowden, que se encontra na Rússia para fugir a acusações de espionagem nos Estados Unidos. Edward Snowden começou por evitar responder. "Avaliei todos os documentos que estão no arquivo", disse. No entanto, acabou por admitir "perceber a preocupação" causada por ter entregado a jornalistas documentos com informações sensíveis cujos pormenores poderia não perceber o suficiente..John Oliver, humorista que ganhou popularidade no programa Daily Show de Jon Stewart, pressionou Snowden perguntando-lhe sobre os perigos de revelar informação que pudesse ser perigosa para a segurança dos Estados Unidos, por exemplo contra terroristas. "Está a entregar documentos com informação que sabe pode vir a ser perigosa e que poderá ser divulgada", disse John Oliver. "Estamos aqui a falar de incompetência"..Embora Snowden tenha concordado, ao longo da entrevista, que as suas ações acarretavam riscos, não respondeu diretamente se tinha ou não lido os milhares de documentos que entregou a jornalistas. Os riscos, considerou, fazem parte da liberdade de expressão. "No jornalismo, é preciso aceitar que alguns erros vão ser cometidos", argumentou.