"Humilhante retirada" dos EUA do Afeganistão marca início da saída das tropas norte-americanas da região

O general Mohamad Reza Naqdi​​​​​​, dos Guardas de Revolução do Irão, ​considerou que "a derrota e retirada dos EUA do Afeganistão não carece de uma análise complicada, já que o Império Britânico e a União Soviética também foram derrotados" no país e isso foi o início da queda dessas duas potências.
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Os Guardas de Revolução do Irão disseram esta quarta-feira que "a humilhante retirada" dos Estados Unidos do vizinho Afeganistão marca o início da saída das tropas norte-americanas de toda a região da Ásia Ocidental.

"Em breve veremos que as bases norte-americanas na região terão o mesmo destino que as suas bases no Afeganistão", indicou o subcomandante de coordenação dos Guardas da Revolução, o general Mohamad Reza Naqdi, aludindo a outros países vizinhos com presença militar dos Estados Unidos, como o Iraque.

Citado pela agência iraniana Tasnim, Naqdi considerou que "a derrota e retirada dos EUA do Afeganistão não carece de uma análise complicada, já que o Império Britânico e a União Soviética também foram derrotados" no país e isso foi o início da queda dessas duas potências.

"Uma compreensão correta da situação no Afeganistão leva todas as nações à conclusão de que a resistência contra as grandes potências resultará na vitória contra os ocupantes", afirmou, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

Os talibãs entraram na capital do Afeganistão, Cabul, no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão e representou um regresso do movimento extremista ao poder, que deteve entre 1996 e 2001 e de onde foi afastado precisamente pelos Estados Unidos.

O Irão, que no passado teve uma relação muito conflituosa com os talibãs, mostrou-se agora pragmático e apenas pediu aos rebeldes para chegarem a "um acordo nacional" com os outros grupos políticos.

O Presidente iraniano, Ebrahim Raïssi, defendeu na segunda-feira que "a derrota militar e a partida dos Estados Unidos do Afeganistão deve transformar-se em oportunidade para estabelecer a segurança e uma paz duradoura nesse país", afirmando que Teerão "deseja relações de boa vizinhança com o Afeganistão".

Tal como a Rússia, China e Paquistão, o Irão não encerrou a sua embaixada em Cabul, nem o consulado em Herat.

A República Islâmica prepara-se para a eventual chegada de refugiados afegãos e instalou alojamentos de emergência em três províncias fronteiriças, embora até agora, segundo as autoridades persas, não se tenha registado um afluxo fora do habitual.

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