HPP e grupo Mello apurados para disputar Hospital de Cascais
Os candidatos à construção/exploração do novo Hospital de Cascais receberam ontem o relatório da Comissão de Avaliação das propostas, que coloca em primeiro lugar os Hospitais Privados de Portugal (HPP), consórcio constituído pela Caixa Geral de Depósitos e pela Teixeira Duarte, que apresentou a proposta financeira mais baixa, no valor de 429 milhões de euros.
Em segundo lugar, de acordo com este critério, ficou a candidatura apresentada pela José de Mello Saúde (JMS), que concorreu com a Somague e apresentou a segunda proposta mais barata, superior em cerca de 30 milhões de euros à dos HPP (462,6 milhões de euros).
O consórcio que integra a Espírito Santo Saúde (ESS) e a Mota-Engil, cujo projecto ronda os 465,6 milhões, foi o terceiro classificado.
A candidatura do Grupo Português de Saúde, do Banco Português de Negócios (BPN), que se juntou à Ferrovial para participar neste concurso, foi a mais cara, totalizando 525,7 milhões de euros.
As conclusões da Comissão de Avaliação não constituíram surpresa para qualquer dos grupos, que aguardavam os resultados há cerca de um ano e se regozijaram por estes serem "finalmente" divulgados.
Segue-se agora um período de 15 dias úteis para eventuais contestações, após o qual a Unidade de Missão fará novo relatório, para incluir as possíveis alegações. Seguidamente, a Comissão negociará com os dois consórcios que apresentaram as melhores propostas e, seleccionada uma, procederá a novas negociações com o "vencedor dos vencedores".
Um processo que promete ainda prolongar-se e que os candidatos esperam que decorra com a maior celeridade possível.
Manifestamente satisfeito "por estar na melhor posição", Luís Vasconcellos, dos HPP, lamenta a lentidão de todos estes procedimentos, considerando que "quase um ano foi excessivo", mas acredita que "daqui para a frente sejam mais rápidos".
Luís Vasconcellos considera a decisão justa, afirmando que a sua obrigação é "manter a posição e ganhar o concurso" e sublinha o facto de o novo Hospital de Cascais ter "uma dimensão interessante".
Armando Salvado, porta-voz da JMS, reafirma a convicção de que a proposta do grupo que representa "é a melhor em termos técnicos".
Isabel Vaz, administradora executiva da ESS, realça a "diferença mínima" entre a sua proposta e a segunda classificada (cerca de três milhões de euros) e congratula-se por "os resultados serem finalmente conhecidos, esperando que este processo venha redinamizar as parcerias público-privadas (PPP)", que considera "essenciais para o futuro da saúde em Portugal" e felicita a Caixa Geral de Depósitos pelo resultado obtido neste concurso.
Mendes Ribeiro, do GPS, que como todos acabara de receber o relatório e apenas começara a analisá-lo, admite que o valor da proposta apresentada pelo grupo que representa "não era muito competitivo, o que é muito penalizante, uma vez que tem um peso de 20% na avaliação global" e considera que "a vertente construção onerou muito a candidatura do GPS", mas regozija-se por, "na área clínica, o grupo estar em primeiro lugar em muitos itens", embora, à partida, não pense apresentar qualquer contestação. C