Hotel de Faro encerrado após surto de legionella

Detetada a bactéria da Doença dos Legionários em unidade hoteleira. Quatro pessoas infetadas
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Um hotel de Faro foi esta quarta-feira encerrado após análises terem encontrado a bactéria da legionella na rede de abastecimento de água. O caso foi espoletado depois de quatro pessoas ligadas à unidade hoteleira, identificada como Hotel Adelaida, segundo a SIC Notícias, terem sido infetadas com a doença.

Segundo a delegada regional de saúde do Algarve, Ana Cristina Guerreiro, todas as vítimas são estrangeiras e estão livres de perigo. Uma das vítimas está ainda internada no hospital de Faro.

As autoridades foram alertadas para caso a 27 de outubro pelo sistema internacional europeu e confirmam apenas que o contacto com a bactéria aconteceu no mês passado.

O encerramento da unidade hoteleira, com 20 camas, foi decretado numa ação conjunta da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve e da ASAE, segundo comunicado enviado às redações.

A decisão de encerrar o hotel surgiu após as análises à água do empreendimento, realizadas pelo Laboratório Regional de Saúde Pública Dr.ª Laura Ayres, terem revelado "forte positividade para a espécie Legionella pneumophila, em diversos pontos da rede predial de abastecimento", como se lê no referido comunicado.

Ainda no mesmo texto acrescenta-se que as instalações permanecerão encerradas até não existirem mais indícios da bactéria no local, sendo uma medida temporária, que será reavaliada a pedido da unidade hoteleira, quando cumprir com as exigências feitas pelas autoridades.

"O hotel terá que contratar uma empresa especializada para o tratamento imediato da rede de água. Primeiro será feita uma avaliação da rede e, se for recente, será efetuado o tratamento térmico e químico", precisou Ana Cristina Guerreiro, acrescentando que a reabertura só acontecerá quando os "resultados forem negativos".

As autoridades já tinham recebido alertas relativos a três casos, todos detetados no estrangeiro, o primeiro em julho e os outros dois a 27 de outubro, precisou a médica responsável pela saúde pública na região à Lusa.

No comunicado em que anunciou o encerramento da unidade, a ARS explicou que a Doença dos Legionários se apresenta "habitualmente sob a forma de pneumonia, provocando um quadro clínico caracterizado por cansaço, febre, dores de cabeça, dores musculares e tosse".

"Trata-se de uma doença rara que atinge preferencialmente pessoas idosas, fumadores, imunodeprimidos e pessoas com doenças crónicas. A bactéria causadora da doença, designada como Legionella, vive em ambientes aquáticos naturais, podendo contaminar sistemas de água criados pelo Homem, como redes prediais, torres de refrigeração, fontes ornamentais, entre outros", referiu ainda a ARS.

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