Hotéis em Lisboa quase cheios em novembro a preços de verão
A realização da Web Summit em Lisboa deu um empurrão à hotelaria na cidade, contrariando um mês em que a procura turística é tradicionalmente mais baixa. De 5 a 9 de novembro, os hotéis ficaram mais cheios e os preços pagos por noite mais elevados do que o habitual.
Os números dos dois hotéis PortoBay enchem o olho: sobraram apenas dois quartos. A taxa de ocupação ficou muito próxima dos 100%, enquanto o preço médio por quarto chegou aos 216 euros no PortoBay Liberdade e aos 168 euros no PortoBay Marquês. "É um evento excelente para a reputação do destino e para o posicionamento do país. Assegura a vinda de novos e potenciais turistas que de outra forma não viriam", afirma Fabíola Pereira, diretora de marketing e comunicação do Grupo PortoBay.
Fenómeno idêntico sucedeu nos hotéis do Vila Galé. Fonte oficial do grupo confirma ao DN/Dinheiro Vivo que os dias da Web Summit não só trouxeram mais pessoas, com a ocupação em Lisboa a superar os 90%, como fez disparar os preços por noite para 150 euros. As reservas foram feitas, sobretudo, por hóspedes portugueses e estrangeiros vindos de França, Reino Unido e Brasil. A procura pelo hotel Vila Galé Estoril foi a que mais cresceu. Mas a mesma responsável sublinha que a cimeira terá um "impacto residual" para o grupo. E realça que, mais do que resultados imediatos, "leva o nome de Lisboa e Portugal a todo o mundo".
O saldo também é positivo para o Corpo Santo Hotel, um cinco estrelas na zona do Cais do Sodré. A unidade, detida pela distribuidora farmacêutica Farmaka, esteve praticamente esgotada, em grande parte devido a hóspedes estrangeiros, de acordo com o diretor da unidade, Pedro Pinto, que aponta para uma faturação perto dos 50 mil euros. Dos 79 quartos, 32 foram reservados por participantes da Web Summit. Este valor representa 40% do total da ocupação que, nesta semana, rondou os 92%. Quanto a preços médios, subiram, dada a elevada procura. Pedro Pinto diz que houve um crescimento de 12% face a 2017, para 223 euros. "A Web Summit ajuda a cidade no seu todo, num mês que tradicionalmente sempre foi um dos piores do ano", observa o responsável, salientando que "faz que a saída de outubro, em que as ocupações são sempre altas, não seja tão abrupta".
Também o Grupo Hotéis Real partilha esta visão a longo prazo. "Eventos com esta dimensão e prestígio são ótimas notícias para a economia local e para a promoção de Lisboa como destino turístico de congressos", comenta fonte oficial da empresa. Na edição deste ano da Web Summit, repetiram-se os bons resultados. Venderam mais 62 quartos do que em 2017, com a maior procura a fazer-se sentir por portugueses, britânicos, suíços, espanhóis e indianos. Neste ano, os cofres do grupo deverão encaixar entre 190 a 210 mil euros a mais.
Na edição deste ano da Web Summit, repetiram-se os bons resultados. Venderam mais 62 quartos do que em 2017, com a maior procura a fazer-se sentir por portugueses, britânicos, suíços, espanhóis e indianos. Neste ano, os cofres do grupo deverão encaixar entre 190 a 210 mil euros a mais. Com a ocupação dos hotéis em Lisboa a fixar-se nos 93%, o preço subiu para 119 euros, bem acima dos 29 euros de 2017.
A procura por alojamento nas unidades próximas de Lisboa, em Cascais e Oeiras, não difere. A ocupação fixou-se nos 87%, uma subida de 2% em relação ao ano passado, enquanto, ao nível do preço médio por quarto, ficou-se pelos 104 euros, contabilizam. As contas finais mostram que 60% a 70% dos hóspedes estavam alojados para participar na cimeira de empreendedorismo e tecnologia. O evento trouxe portugueses, britânicos, alemães, polacos, dinamarqueses, espanhóis e italianos aos hotéis do grupo.
Também nos cinco hotéis Heritage fez-se sentir o impacto da Web Summit, com a taxa de ocupação a manter-se nos 96%. O preço médio por quarto, por sua vez, subiu 11%, para 140 euros. Estima-se que, só este período, deva render uma faturação superior a 120 mil euros.
Não foi, porém, só nos hotéis que a casa ficou mais cheia. A corrida por alojamento na semana da Web Summit fez disparar a ocupação para os 82% no The Indy House, 75% no The Independente Hostel e 98% no The Independente Suites, pela forte procura de portugueses, norte-americanos, brasileiros, holandeses e franceses.
O valor mínimo cobrado pelas unidades do grupo foi de 92 euros, no caso do The Indy House, seguido do The Independente Hostel, com quartos a 21,90 euros por noite. O The Independente Suites manteve-se o mais caro, com um preço médio por cada dormida de 140 euros.
Quanto ao impacto económico da cimeira, as estimativas para os cinco dias apontam para uma faturação a rondar os 70 mil euros.