Hospital da Guarda arranca após oito anos
O novo hospital da Guarda vai começar a ser construído no segundo trimestre de 2009, após oito anos de promessas eleitorais e atrasos associados a questões burocráticas. A garantia foi dada ao DN pelo presidente do conselho de administração da unidade, Fernando Girão. "O Ministério da Saúde já nos autorizou a avançar com o concurso público", refere, o que significa que o mesmo terá arrancado na semana passada.
No final de Janeiro, os médicos da unidade enviaram uma carta ao primeiro-ministro, José Sócrates, onde mostraram a sua indignação pelos sucessivos atrasos (ver caixa). "Era suposto o concurso ter avançado em Novembro, porque o projecto do arquitecto estava pronto. Mas não abriu, quando finalmente começávamos a acreditar", diz António Matos Godinho, um dos médicos que subscreveram a carta.
Em Janeiro, "o presidente da Administração Regional de Saúde confirmou que o concurso estava parado por falta de despacho do Ministério e devido a questões burocráticas", refere a carta. Dias depois, os médicos da unidade enviaram a carta a José Sócrates, onde lhe pediram que clarificasse a situação. A clarificação chegou e o concurso foi autorizado.
O médico contactado pelo DN - que já no ano passado tinha enviado uma carta ao Governo em conjunto com outros 30 médicos - descreveu as condições em que têm sido tratados os 150 mil doentes daquela região. "O hospital funciona num antigo sanatório com mais de cem anos. É frio e húmido e a nossa população é maioritariamente idosa. É tão antigo que têm sido gastos rios de dinheiro em remendos", diz.
Mesmo no edifício mais recente (com dez anos), faltam casas de banho e até há janelas que não se conseguem fechar.
"Desde o dia 5 de Janeiro que já tivemos de adiar 60% das cirurgias, porque faltavam camas para as pessoas com gripe. Pelo menos 45 cirurgias foram adiadas", lamenta o profissional de saúde. |