Hospital da Feira passa a ter cirurgia mais eficaz e barata para sinusite crónica
No total, foi com três dessas intervenções cirúrgicas que a Unidade de Rinologia e Cirurgia Transnasal Avançada fez a estreia do procedimento no Hospital São Sebastião - casa-mãe do CHEDV que, além dessa unidade, também tutela as de Oliveira de Azeméis e São João da Madeira.
"A aposta nesta técnica deve-se à crescente capacidade técnico-científica dos médicos do serviço de Otorrino do CHEDV e à aposta que fizemos há cerca de um ano na criação da Unidade de Rinologia e Cirurgia Transnasal Avançada", declarou à Lusa o presidente do conselho de administração do CHEDV, Miguel Paiva.
Referindo que os resultados desse investimento "têm sido excelentes", o mesmo responsável acrescentou: "Estamos a tratar no São Sebastião doentes que, anteriormente, tinham de recorrer a outros hospitais e a nossa previsão é que possamos tratar 20 a 25% dos casos de rinossinusite crónica com a ajuda desta técnica".
Apontada como uma das patologias mais frequentes em todo o mundo, a sinusite crónica deverá afetar "cerca de 12 % da população com mais de 18 anos" da Europa e dos Estados Unidos da América, segundo indica o CHEDV com base em dados do Centro de Controlo de Doenças norte-americano.
Em Portugal, a sinusoplastia por balão começou a ser desenvolvida em 2011 no Hospital Fernando Fonseca, na Amadora, e em 2016 o Serviço Nacional de Saúde já lhe atribuía "uma significativa redução de custos por doente".
O procedimento envolve o uso de um cateter de balão que, adaptado às características da cirurgia endoscópica e semelhante ao usado na cardiologia e cirurgia vascular, dilata as passagens mais estreitas dos orifícios sinusais, permitindo a sua drenagem e a ventilação das cavidades nasais sem danificar a mucosa de revestimento original que, quando lesada na intervenção, é substituída por um tecido diferente, cicatricial, sem as mesmas propriedades do original.
Comparativamente ao procedimento adotado na Amadora, distrito de Setúbal, a cirurgia implementada no hospital da Feira reflete o que Miguel Paiva considera avanços significativos: envolve um dispositivo que "resulta de anos de investigação, treino e evolução da técnica, sendo de utilização muito mais simples, sobretudo sob anestesia local".
O administrador do CHEDV realçou, por isso, que, além do seu "grande impacto nos custos absolutos do tratamento", a sinusoplastia por balão revela-se, assim, "um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, com todas as vantagens que isso representa ao nível da morbilidade, do tempo de recobro do doente e da sua recuperação".
Podendo realizar-se com anestesia local e em ambiente de ambulatório ou até no gabinete de consulta, essa intervenção específica permite, ainda, "uma maior disponibilização das salas de bloco para cirurgias complexas".