Hospitais esgotaram quota de consultas e cirurgias
"O que me chega é de uma enormíssima satisfação por parte das comunidades. Temos hospitais que já gastaram em mês e meio a quota que lhes foi atribuída para oito meses, e as pessoas foram todas atendidas e foram todas tratadas e não foram dali para os hospitais públicos", disse à Lusa o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos, nas vésperas do X Congresso Nacional das Misericórdias Portuguesas, que começa na quinta-feira em Coimbra.
O Ministério da Saúde assinou no final de março acordos com 12 hospitais das Misericórdias a quem pagou cerca de 22 milhões de euros para prestarem cuidados de saúde, colocando-os em pé de igualdade com os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O objectivo é aumentar a capacidade de resposta aos cidadãos, reduzindo o tempo de espera para consultas e para cirurgias.
Manuel Lemos explicou que nos acordos assinados com cada uma das misericórdias que tem hospitais ficou definido para cada uma um 'plafond' de consultas e cirurgias.
Para dar ideia da grande procura que estes serviços têm tido e da sua "enorme capacidade de resposta", Manuel Lemos contou que pelo menos dois hospitais que "não tinham histórico" e cujo 'plafond' era por isso mais baixo, alcançaram rapidamente esse limite e chegaram mesmo a pedir para aumentar a quota.
"Não imaginávamos que o nível de satisfação fosse tão grande", afirmou Manuel Lemos, mostrando-se convicto de que o "número global [de consultas e cirurgias previstas] vai ser completamente alcançado".
O número previsto é de entre 15 e 25 mil cirurgias e 100 mil consultas de especialidade por ano, sendo as áreas mais abrangidas a oftalmologia, dermatologia, otorrino e cirurgia vascular.