Honrar o Legado do Dia da Vitória na Europa, Fortalecendo a Nossa Aliança Transatlântica
Há 75 anos, milhões de pessoas comemoraram a vitória dos Aliados na Europa. Hoje, eu e a minha embaixada reconhecemos e prestamos homenagem ao sacrifício conjunto, ao compromisso duradouro e à coragem inabalável das forças aliadas, e dos movimentos de resistência, na derrota das forças do Eixo na Europa. Cidadãos de muitos países sujeitaram-se a grandes sacrifícios e passaram por muito sofrimento para livrar o mundo da agressões Nazis e fascistas. Em homenagem à "Grande Geração", devemos renovar o compromisso com o seu legado, continuando lado a lado a defender a liberdade e os direitos humanos das ameaças de hoje.
Mais de 16 milhões de americanos, incluindo o meu tio-avô e homónimo, George Corey, serviram nas forças armadas dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial. Mais de meio milhão de soldados americanos foram mortos ou feridos na Europa apenas no último ano do conflito. E, como sabemos, o teatro de guerra Europeu foi muito além da terra e do céu Europeu. As campanhas no Mediterrâneo e no norte da África abriram o caminho para a vitória dos Aliados na Europa. Os Aliados lutaram desesperadamente para vencer a Batalha do Atlântico (com ajuda da utilização, a partir 1943, da bases nos Açores), o que permitiu o movimento maciço de tropas e equipamentos americanos para a Europa. Movimentos de resistência foram essenciais para o sucesso dos Aliados, enquanto atos individuais de solidariedade e coragem dos cidadãos, incluindo Aristides de Sousa Mendes, ajudaram alguns a escapar dos horrores insondáveis do Holocausto.
Durante a guerra, os Estados Unidos também desencadearam a grande força da sua indústria e poder de produção tornando-se, como disse o Presidente Roosevelt, o "Arsenal da Democracia". Na nossa frente doméstica, milhões de americanos produziram enormes quantidades de mercadorias para o esforço de guerra, incluindo aviões, jipes, camiões de carga, tratores, tanques, cobertores, botas, algodão, produtos petrolíferos e alimentos. O programa Lend-Lease forneceu ajuda material aos Aliados no valor de 565 mil milhões de dólares (em valores de 2018), 80% dos quais foram para a Grã-Bretanha e a União Soviética.
Apesar das grandes diferenças entre o ocidente e o oriente em termos de ideologia e de sistemas políticos, os Três Grandes - Roosevelt (e posteriormente Truman), Churchill e Estaline - coordenaram as suas estratégias contra Hitler. Na Frente Oriental, milhões de soldados do Exército Vermelho lutaram corajosamente para derrotar o mal do regime nazi, tendo a União Soviética sofrido perdas inconcebíveis - 27 milhões de pessoas, entre soldados e civis.
Obviamente, a miséria não terminou com a guerra em 1945. As vidas tiveram que ser reconstruídas e os sobreviventes enfrentaram grande pobreza, perda de familiares e amigos e prolongados traumas de guerra. As cidades tiveram que ser reconstruídas a partir de vasta destruição. Como parte dessa reconstrução, os países uniram-se e criaram instituições e alianças para salvaguardar a paz, criar prosperidade e responsabilização e promover a liberdade.
Os Estados Unidos, através do Plano Marshall, disponibilizaram mais de 100 mil milhões de dólares (em valores de 2018) para reconstruir a Europa do pós-guerra, impedindo o colapso económico que acabou por destruir a paz após a Primeira Guerra Mundial. Também ajudámos a fundar instituições como as Nações Unidas e a NATO, que continuam a servir como pedra basilar à paz e segurança de hoje. Nos 75 anos desde o final da Segunda Guerra Mundial, a Europa desfrutou do seu maior período de relativa paz de que há registo. A comunidade transatlântica tem prosperado. Os níveis de pobreza caíram e as pessoas estão a viver vidas mais longas e saudáveis.
Para muitos, no entanto, 1945 marcou não a libertação, mas a transição de uma forma de tirania para outra. Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos e os seus Aliados, incluindo Portugal, membro fundador da NATO, mantiveram a posição contra a ameaça soviética depois de Estaline impôr ditaduras comunistas na Europa de Leste. Este esforço e a subjacente aspiração pela liberdade do povo da Europa de Leste acabaram por levar à queda do Muro de Berlim e à superação das tentativas Soviéticas de manter a Europa dividida através do uso da força.
Em memória daqueles cuja coragem e sacrifício ajudaram a garantir a liberdade de que continuamos a dispor, devemos continuar vigilantes na defesa dos direitos humanos, das liberdades fundamentais e do Estado de Direito. Devemos, igualmente, trabalhar juntos para dissuadir os países que, por meio de ações militares, desinformação ou coerção económica, procuram minar a nossa democracia conquistada com muito esforço. Como o general Dwight Eisenhower disse: "A História não confia a defesa da liberdade aos fracos ou tímidos".
Na relação entre os EUA e Portugal, somos gratos pelos dedicados militares portugueses e americanos que servem lado a lado pelo mundo fora, das Lajes ao Afeganistão, para garantir a nossa segurança. Estamos igualmente empenhados em trabalhar juntos para apoiar uma NATO forte, combater a desinformação e campanhas cibernéticas patrocinadas por estados e garantir que o nosso progresso económico reflita os nossos valores democráticos.
Embaixador dos EUA em Portugal