Homens adultos viciados no 'Meu Pequeno Pónei'

"My Little Pony: A Amizade É Mágica" tem espectadores inusitados e fervorosos. São os 'bronies', homens adultos apaixonados pela série emitida em Portugal pelo Panda
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A série de desenhos animados "My Little Pony: A Amizade É Mágica" foi criada pela Hasbro Studios e pela DHX Media para ensinar o valor da amizade a meninas de sete a 11 anos. Mas a história dos seis coloridos póneis fêmeas tem atraído a atenção de um público inesperado: homens com idades entre os 15 e os 40 anos que reclamam para si o título de "bronies" (bro, abreviatura de "irmão" e pónei).

Segundo um estudo publicado pelo Herd Census, um site criado por um fã da série animada, 85% dos seus admiradores são homens e têm, em média, 21 anos. Um fenómeno que tem expressão no Facebook, onde, por exemplo, duas páginas denominadas Bronies reuniram, em apenas ano e meio de existência, quase 60 mil e 20 mil adeptos, respetivamente.

"Somos apenas fãs da série animada e gostamos de conviver uns com os outros. Apenas isso", explicou ao DN Manuel (nome fictício), o criador e administrador da única página portuguesa sobre "bronies". Este jovem adulto de 18 anos apaixonou-se pela história dos pequenos póneis em 2011, quando assistiu a um episódio da primeira das três séries já produzidas. Depois, descobriu "que havia uma comunidade nos EUA muito forte de pessoas que também gostavam" e procurou "interagir com os seus membros". "As novas tecnologias são uma grande ajuda. Costumo contactar com outros "bronies" pelo Skype ou pelo Messenger", refere.

Manuel garante que a admiração pelos póneis não interfere no seu dia a dia. "Tenho uma vida normal, sem exageros", avança, referindo-se aos fãs que colecionam todo o tipo de produtos relacionados com a série animada, chegando alguns deles a mascarar-se de póneis aquando dos encontros internacionais que acontecem anualmente.

Como homens e adultos que são, fãs de uma animação criada para entreter meninas, os bronies são geralmente alvo de preconceito. "É verdade que existe intolerância, mas nota-se mais online do que entre amigos e familiares. Os desconhecidos não entendem este fascínio e rotulam-nos logo como gays", reconhece Manuel, estagiário num lar de idosos.

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