Homem condenado a 11 anos de prisão por matar gorila da montanha no Uganda
O ugandês Felix Byamukama tinha sido detido em 04 de julho, dias depois da morte de Rafiki, nome atribuído ao primata, um dos mais conhecidos do país, anunciou a Autoridade da Vida Selvagem do Uganda (UWA, na sigla inglesa) num comunicado. O acusado foi condenado por ter entrado numa área protegida e ter matado Rafiki e outros animais.
Aquando da detenção, Byamukama tinha em sua posse carne de porco gigante da floresta, assim como utensílios de caça.
O cidadão ugandês confessou ter matado o gorila da montanha, afirmando que cometeu o assassinato em autodefesa, dizendo ter sido surpreendido e atacado pelo primata enquanto caminhava pela área protegida com três outras pessoas.
A UWA mostrou-se "aliviada" com a sentença e que representa "uma mensagem para todos os caçadores furtivos". "Quanto uma pessoa mata um animal, todos perdemos, por isso pedimos a cada cidadão que nos ajude a preservar a vida selvagem para as gerações futuras", acrescentou o diretor-executivo da UWA, Sam Mwandha.
Devido à pandemia da covid-19, alguns ugandeses recorreram à caça furtiva para garantir a sua subsistência, ameaçada pela instabilidade económica e restrições governamentais. Só no parque nacional Rainha Isabel, no sudoeste ugandês, as autoridades detiveram mais de 60 caçadores furtivos entre março e maio.
Apesar de as suas populações registarem um ligeiro aumento nos últimos anos, os gorilas da montanha são considerados pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Nacionais como uma espécie ameaçada.
De acordo com o mais recente censo, publicado no final de 2019 pelos governos da região e organizações para a conservação da natureza, há cerca de 1.063 espécimenes e gorilas da montanha nas cordilheiras que marcam as fronteiras de Ruanda, Uganda e República Democrática do Congo.
No ano passado, o Presidente ugandês, Yoweri Museveni, aprovou uma lei mais severa contra caçadores furtivos e traficantes de espécies, incluindo prisão perpétua e multas que alcançam os 20 mil milhões de xelins ugandeses (4,6 milhões de euros ao câmbio atual).