Cinema. Estúdios com investimentos cada vez menores.Os estúdios de Hollywood têm cada vez mais dificuldades em concretizar os seus projectos, devido aos crescentes obstáculos na hora de conseguir crédito junto das instituições financeiras de Wall Street. De acordo com o jornal britânico The Times, um executivo de um dos dos grandes estúdios da indústria cinematográfica americana prevê que o aumento dos custos para a produção de filmes vai resultar na diminuição de títulos a chegar às salas de cinema, sobretudo aqueles que têm origem em pequenos estúdios ou produtoras independentes..Sem querer ser identificado, o representante citado pelo The Times assegura que "neste momento é muito difícil concretizar qualquer negócio. As incertezas do mercado motivam as manobras defensivas dos bancos, que apresentam muitas cau- telas". Apesar de alguns dos estúdios mais importantes terem constituído fundos de emergência, ainda antes do início da crise de crédito nos EUA, os agentes com menor dimensão no mercado podem vir a enfrentar razoáveis dificuldades.."Um número mais reduzido de filmes não é algo necessariamente mau", confirma o executivo de Hollywood. "O público já não tem tanto dinheiro para gastar no cinema como tinha aqui há uns anos." E acrescenta que o cenário mais provável é o de "recolher investimentos nos mercados do Médio Oriente e da Índia". Os bancos de investimento de Nova Iorque tornaram-se numa das alternativas mais procuradas por Hollywood durante os últimos cinco anos. A crise ganhou novos contornos com a confiança generalizada e excessiva de casas como a MGM, Fox, Universal ou a Sony nas instituições de Wall Street para financiamento de novos filmes. .Além destes obstáculos, as dificuldades apresentadas pelos bancos não se limitam aos empréstimos para produção dos filmes. Distribuição e marketing são outras das áreas que têm registado cortes orçamentais. Habitualmente, os custos de produção de um filme são repartidos entre a produtora e o banco, que mais tarde dividem os lucros, depois da exibição da obra nas salas. Por vezes, a distribuição das mais-valias é retardada, com recurso a verbas provenientes de acordos publicitários. Neste momento, os bancos já não aceitam tal compromisso e reclamam pelas suas receitas sem adiamentos..Mas as recusas face aos investimentos cinematográficos não parte só das instituições norte-americanas. Na passada semana, o Deutsche Bank revelou que recusou um empréstimo de quase 290 milhões de euros à Paramount Pictures, que previa produzir 30 longas-metragens com tal investimento. E o Deutsche Bank não é o único banco europeu que decidiu interromper as colaborações com Hollywood. O alemão Dresdner seguiu o exemplo e promete ser apenas uma entre muitas instituições financeiras a tomar tal opção.|