Hitler de cera causa polémica em Berlim

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Alemanha. Museu diz estar apenas a representar a história do país

Políticos recusam ver 'fuehrer' transformado em atracção turística

Adolf Hitler é a vedeta controversa do museu Madame Tusseau de Berlim, uma versão mais juvenil do seu homónimo londrino. Mesmo exibida atrás de uma mesa, para evitar que os visitantes tirem fotografias ao seu lado, a estátua causa polémica e indignação entre alguns políticos.

"Receio que a exposição se torne numa espécie de peregrinação para a extrema-direita", declarou ao jornal Bild Fried-bert Pflueger, líder do grupo parlamentar da União Cristã Democrata, a CDU da chanceler Angela Merkel. Para o número dois dos liberais do FDP, Rainer Bruederle, "transformar uma figura de Hitler numa atracção a pouca distância do memorial do Holocausto é insensível e de mau gosto".

O secretário-geral do Conselho central dos judeus de Alemanha, Stephen Kramer, reconheceu que "Hitler não deveria ser uma atracção turística". Mas admitiu que "se esta exposição ajudar a normalizar a forma como é visto, a desmistificá-lo, então devemos experimentar".

A porta-voz do museu, Natalie Ruoss, explicou por seu lado que "se queremos representar a História da Alemanha, seria impossível excluir Hitler". E acrescentou: "Queremos mostrar a realidade". Os responsáveis pelo estabelecimento garantem terem feito um inquérito sobre as personagens que os berlinenses queriam ver no museu e que Hitler estava entre os mais citados.

O fuehrer é a figura mais controversa das 74 que os visitantes do museu situado na avenida Unter den Linden podem ver. Além de Hitler, este apresenta figuras do físico Albert Einstein, do compositor Lud-wig von Beethoven, do chanceler Otto von Bismark, do guarda-redes Oliver Kahn e do Papa Bento XVI.|

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