A população heterossexual afirma tratar de igual forma gays e lésbicas, o que contraria sentimento de rejeição dos homossexuais. Quem discrimina?.Num segundo inquérito da Universidade do Minho, os heterossexuais dizem não discriminar as pessoas que têm uma orientação sexual diferente. "As respostas vão no sentido do igualitarismo, em que gays e lésbicas e pessoas heterossexuais deverão ter igualdade de oportunidades." E, até, revelam "uma admiração de gays e lésbicas por viverem em constantes adversidades no planos políticos, sociais e/ou culturais". O que contraria a percepção dos homossexuais. É caso para perguntar: "Então, quem discrimina?".A contradição é salientada pelos psicólogos. "As conclusões do estudo junto dos heterossexuais dá a sensação de que há pouca discriminação, quando os homossexuais sentem uma discriminação elevada. O que quer dizer que as pessoas respondem o que é socialmente aceitável. Começa a emergir uma ideia de que o preconceito não é aceitável", explica João Oliveira, da Escola de Psicologia, da Universidade do Minho..Mas acusam os outros de discriminar. E tem a percepção de que os grupos mais discriminados são os transexuais, seguindo-se os ciganos, as mulheres negras, as lésbicas e as crianças pobres. Os menos discriminados são os não católicos, os de extrema-esquerda e de extrema-direita, os desempregados e quem não fala português..A amostra é constituída por 1498 pessoas, com uma média etária de 32 anos, sendo que 74,5% são mulheres. O sexo feminino revela "uma maior sensibilidade ou atenção às questões de discriminação". E elas concordam mais com o casamento entre pessoas do mesmo sexo do que eles.