Herman José: "Não há maior alegria do que entrar no ano a trabalhar"

Como já é tradição, este ano o artista vai voltar a animar o <em>réveillon</em>. À <strong>Notícias TV</strong> explica por que motivos gosta tanto de trabalhar nesta data e quais foram as passagens de ano mais marcantes.
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Comer 12 passas, beber champanhe, vestir uma lingerie azul e subir para cima de uma cadeira com dinheiro na mão é tão clássico como ver Herman José a trabalhar no réveillon. E este ano não vai ser exceção. O artista vai partilhar o palco com Pedro Abrunhosa no Terreiro do Paço, Lisboa, na noite de passagem de ano, cumprindo assim aquela que já é uma tradição que já dura desde 1976. "Para um artista não há maior alegria do que entrar no ano a trabalhar", explica à nossa revista.

Curiosamente, nessa noite Herman José vai estar em dois locais em simultâneo. Além de fazer uma atuação no Terreiro do Paço, o humorista participa também no programa especial de Ano Novo que vai ser exibido na RTP1. "É maravilhoso. Sinto-me uma espécie de super-herói com o dom da ubiquidade", conta, divertido.

Numa noite em que muitos portugueses aproveitam para sair e divertirem-se com a família e os amigos, o artista explica o que o leva a gostar tanto de trabalhar nesta data. "É uma noite especial. Por momentos todos esquecemos as angústias, as más vontades, as revoltas, e entregamo-nos ao encantamento do momento. É bom - ainda que por minutos - que nos deixemos embalar pela doce inconsciência de acreditar que em 2014 as coisas mudarão para melhor", justifica.

Feitas as contas, foi há 37 anos que Herman José se estreou nos espetáculos de fim de ano. "A emoção" da sua primeira passagem de ano como ator na dupla Feliz e Contente ao lado do Nicolau Breyner, Hotel Penta em 1976, é um momento que ainda tem bem fresco na sua memória. "O Nicolau, um jovem de sucesso de 36 anos, e eu um miúdo cheio de ambição, acabado de completar 22 anos. Comecei nessa noite a desconfiar de que tinha acertado na profissão e descoberto a minha verdadeira vocação", frisa.

Ainda que este tenha sido um dos momentos mais inesquecíveis da sua carreira, o ator considera que o seu melhor réveillon aconteceu na passagem de 1990 para 1991. "Tinha o mundo a meus pés, o meu pai cheio de saúde, quase todos os sonhos concretizados. No Casino Estoril atuava com o conjunto do Shegundo Galarza, enquanto na RTP passava aquele que considerei o meu melhor programa de passagem de ano de sempre: o Crime na Pensão Estrelinha", recorda.

A última vez que não esteve a trabalhar no réveillon aconteceu no ano da sua saída da RTP para a SIC, em 1999. "Resolvi premiar os meus colaboradores mais íntimos, e convidá-los, juntamente com a minha mãe - viúva há um ano, e na sua primeira passagem de ano depois da morte do meu pai -, a fazer a passagem de ano no Hotel de Paris, em Montecarlo. Aluguei quatro suites todas ligadas, e passámos a noite no Sporting Club de Montecarlo, ao som do Little Richard", conta. Nesse mesmo espetáculo e precisamente na mesa ao lado estava o humorista Jerry Seinfeld acompanhado da mulher, com quem tinha casado no dia 25 de dezembro desse mesmo ano.

Embora considere que tenha sido uma noite "deliciosa", Herman José confessa que não lhe passa pela cabeça "voltar a passar um ano sem ser nos palcos".

Com 2014 à vista, o humorista gostava de ver alguns desejos realizados. Entre eles, um regresso em grande à televisão depois de se ter despedido do Herman 2013 (RTP1) no passado dia 14 de dezembro. "Gostaria de voltar com um programa marcante, e que estivesse à altura dos 40 anos de carreira que comemoro no dia 27 de janeiro de 2014", sublinha. E lança ainda um outro desejo: "Espero que 2014 seja a continuação lógica de 2013. Uma mistura equilibrada entre tempo de qualidade passada entre amigos - racionais e irracionais - e muita atividade profissional, em Portugal e na diáspora."

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