O centenário do nascimento de Henrique de Barros, entre outras manifestações, ficou assinalado com a publicação de uma fotobiografia de homenagem não só ao militante antifascista e presidente da Assembleia Constituinte num momento ainda bastante conturbado do Movimento das Forças Armadas mas, também, ao mestre de agronomia e de agrónomos que formou várias gerações e prestigiou Portugal, dentro e fora do País. .Filho do poeta e pedagogo João de Barros , que foi ministro dos Negócios Estrangeiros na I República e se manteve intransigentemente fiel, durante os anos da ditadura salazarista, às suas convicções, Henrique de Barros deu continuidade a essa herança política e ideológica. De assinalar dois factos: um sobejamente divulgado e especificado na fotobiografia - a ligação ao grupo de doutrinação e crítica da Seara Nova, muito em particular ao magistério de António Sérgio; outro , até agora quase desconhecido do grande público -- a adesão à Maçonaria (aliás numa tradição familiar), tendo sido iniciado, com 25 anos, a 5 de Abril de 1930, na Loja Rebeldia, do Grande Oriente Lusitano, adoptando o nome simbólico Ferreira Lapa, figura emblemática, no século XIX, da estruturação do ensino e da investigação da Agronomia em Portugal..A fotobiografia de Henrique de Barros teve entre outros relevantes contributos o de seu filho António Barros que efectuou pesquisas no centro de documentação do Diário de Notícias, para que a obra primasse pelo rigor factual. Constitui o retrato de uma das mais notáveis personalidades da consolidação da II República.