Helena Alves cessa funções como responsável do Lusocord

Helena Alves cessou funções como responsável técnico-científica do Centro de Histocompatibilidade do Norte (CHN) e como responsável pelo Banco Público de Células do Cordão Umbilical (Lusocord).
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De acordo com o IPST, Fátima Freitas passará a desempenhar as funções de responsável técnico-científica do CHN e José Teixeira ficará como responsável pelo Lusocord.

Num comunicado emitido na segunda-feira, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação apontou "irregularidades de gestão, processuais e financeiras" no CHN e anunciou a suspensão, durante 60 a 90 dias, da colheita para o banco público de células do cordão umbilical.

As irregularidades originaram um "relatório preliminar" enviado às "autoridades competentes" para que sejam "desenvolvidas as inspeções necessárias ao completo esclarecimento das situações e apuramento de eventuais responsabilidades", acrescentava o comunicado.

Antes do comunicado emitido hoje pelo IPST sobre a cessação de funções, Helena Alves disse à Lusa lamentar ter tido conhecimento pelos jornais de um relatório que põe em causa a sua gestão, considerando-o "muito estranho".

"Sempre fomos tutelados, acho muito estranho que se houvesse irregularidades financeiras, não nos tivessem dado conta delas. Agora, do ponto de vista processual, fui eu própria que avisei, mas nunca me ouviram, nem nos permitiram contratar pessoas para trabalhar", afirmou Helena Alves.

A responsável referiu que "a alternativa era encerrar o banco".

"Decidimos continuar a trabalhar em regime de serviços mínimos, não nos podem é acusar de negligência".

"Andamos nisto há um ano. Temos aqui oito mil amostras criopreservadas que são um tesouro e valem muito dinheiro. E o nosso trabalho foi feito praticamente sem financiamento e por um número muito reduzido de pessoas, número que, aliás, foi diminuindo ao longo do tempo", lamentou a responsável.

O Centro de Histocompatibilidade do Norte e o Lusocord foram oficialmente integrados no Instituto Português do Sangue e da Transplantação a 23 de agosto.

Durante os seus três anos de funcionamento no Porto, o Lusocord recebeu mais de 28.500 doações de sangue do cordão umbilical e procedeu à criopreservação de mais de oito mil.

O banco público de sangue do cordão umbilical está a ser escrutinado por três organismos do Ministério da Saúde, que deverão decidir em breve o futuro das amostras recolhidas, mediante a qualidade que encontrarem nas mesmas.

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