Há seis quadros de Vieira da Silva que Portugal ainda pode perder

Em 2011, 20 telas da artista saíram do seu Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva e do país. Agora o ministério da Cultura negoceia com os proprietários
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Se quisermos traçar um caso paralelo, em Portugal, ao do Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid, é o Museu Berardo, em Lisboa, que surge. Abriu portas no Centro Cultural de Belém (CCB) em junho de 2007 com um acervo inicial de 862 obras da coleção de arte de Joe Berardo, avaliada em 316 milhões de euros pela Christie"s. Em novembro último, o empresário e o Governo português assinaram uma adenda ao acordo que permitiu a criação do museu e que terminou no final de 2016. Agora, este deverá manter-se no CCB até 2022 e, depois disso, será automaticamente renovado, com o consentimento das duas partes.

Se olharmos para os museus portugueses, encontramos obras emprestadas por colecionadores privados em muitos deles, e com modelos de gestão vários. Um deles, todavia, tem recebido ciclicamente atenção desde 2011, quando 20 quadros de Maria Helena Vieira da Silva deixaram o Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva, em Lisboa, e foram vendidos pelos proprietários em leilão, em Paris.

Nessa altura, foi feito um acordo de cedência de outras seis telas; acordo esse que terminou no final de 2015. Desde então, o ministério da Cultura tem tentado chegar a acordo com os proprietários das obras, herdeiros do colecionador Jorge de Brito. E apesar de, em março de 2016, ter sido avançado que os proprietários aceitavam trocar as obras por terrenos do Estado, tal não é agora certo, disse ontem ao DN fonte do ministério da Cultura. As negociações continuam em curso, mas o ministro Luís Filipe Castro Mendes não deverá pronunciar-se sobre o assunto até ao final das mesmas.

Marina Bairrão Ruivo, diretora do museu (de que o Estado é fundador), disse não estar a par do ponto atual das negociações, mas garante que as seis pinturas - Novembre, La Mer , Au fur et à mesure , L"Esplanade , New Amsterdam I e New Amsterdam II , que ocupam uma sala - são "fundamentais, obras de primeira linha do museu. Em Portugal, tirando a Fundação Gulbenkian não há nada deste nível, são de extrema importância.

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