Há cinco milhões de refugiados sírios nos países vizinhos

Número foi alcançado após seis anos de guerra, segundo a agência da ONU para os refugiados
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O número de pessoas que fugiu da guerra civil na Síria e procurou refúgio nos países vizinhos e no Egito já ultrapassou os cinco milhões, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Os sírios cruzaram as fronteiras para a Turquia, Libano, Jordânia e Iraque desde o início dos protestos antigovernamentais em 2011, que culminaram num confronto aberto entre rebeldes, militantes islamitas, soldados governamentais e a interferência de potências estrangeiras.

O número de refugiados estabilizou em 2016, mas este ano voltou a subir depois da vitória militar do governo sírio (apoiado pelos aliados russos e iranianos) na cidade de Aleppo.

"Não é o número, são as pessoas", disse o porta-voz do ACNUR Babar Baloch, lembrando que o conflito já dura há mais tempo do que a II Guerra Mundial. "Estamos à procura de compreensão, solidariedade e humanidade", acrescentou.

"Quando o número de homens, mulheres e crianças que fogem da guerra na Síria no seu sexto ano já é superior aos cinco milhões, a comunidade internacional tem que fazer mais para os ajudar", salientou o Alto-Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi.

Num comunicado, o responsável disse existir ainda "um longo caminho a percorrer" para ajudar os refugiados, mas, considerou, a comunidade internacional deve em primeiro lugar "acelerar a aplicação dos compromissos já assumidos", como é o caso do realojamento dos 500 mil sírios.

A promessa foi feita na reunião de alto nível sobre a Síria realizada a 30 de março de 2016 em Genebra. O ACNUR calcula que quase 1,2 milhões de refugiados necessitarão de ser reinstalados em 2017, 40% dos quais são sírios.

"O realojamento é um instrumento crucial para proteger os refugiados. (...) ACNUR continuará a trabalhar com os países para aumentar o número de locais para acolhimento e o número e alcance de vias de proteção complementares", disse Grandi.

O alto-comissário sustentou que a deslocalização "não dá apenas aos refugiados a oportunidade de refazerem as suas vidas, mas também enriquece as comunidades que os recebem".

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