A Guiné-Bissau vai assumir a próxima presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entre 2025 e 2027, sucedendo a São Tomé e Príncipe, que assumiu este domingo a liderança da organização..O anúncio foi feito pelo Presidente da República de São Tomé, Carlos Vila Nova, na 14.º conferência de chefes de Estado e de Governo, que decorre hoje naquele país..O Presidente da República português considerou que a Guiné-Bissau assumir a próxima presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) será a oportunidade de projetar o país para o futuro e dar um "salto qualitativo"..Falando aos jornalistas no final da 14.ª Conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorreu este domingo em São Tomé, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que esta decisão "tem toda a lógica".."A Guiné-Bissau vai ser o primeiro Estado a comemorar os 50 anos da sua independência, este ano, em novembro. Faz todo o sentido que também tenha essa grande oportunidade que é celebrar não o passado, mas projetá-lo para o futuro", afirmou..O chefe de Estado assinalou que a presidência da Guiné-Bissau, entre 2025 e 2027, sucedendo a São Tomé e Príncipe, vai coincidir com os 30 anos da CPLP.."É a tal oportunidade de a Guiné-Bissau entrar neste salto qualitativo que importa, sobretudo, à juventude, mas importa a toda a gente", defendeu, salientando que "o que interessa é que a CPLP valha para o futuro e não valha por aquilo que já fez no passado"..Questionado sobre se a decisão foi consensual entre todos os países, Marcelo Rebelo de Sousa indicou que "foi uma decisão muito simples"..O Presidente da República assinalou que na última cimeira, em Luanda, tinha sido escolhido São Tomé, mas o país "ia ter eleições, era preciso as novas autoridades confirmarem"..Colocando-se a questão "se não for São Tomé e Príncipe, quem poderá ser", surgiu "logo a ideia da Guiné-Bissau", continuou..Como São Tomé acabou por assumir a presidência, que arrancou hoje, "de imediato ficou claro, decorrendo do que se tinha falado em Luanda, que a seguir a São Tomé e Príncipe, ia ser a Guiné-Bissau, e é o que vai acontecer", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa..No sábado, em declarações à Lusa, o ministro das Relações Exteriores da Guiné Equatorial, Simeón Esono Angue, manifestou a intenção de o seu país presidir à CPLP..No mesmo dia, o primeiro-ministro português, António Costa, fez escala técnica na Guiné-Bissau, a caminho de São Tomé e Príncipe, e expressou o apoio de Lisboa à presidência da Guiné-Bissau, que foi admitida pelo homólogo guineense, Geraldo Martins..À chegada a São Tomé, também no sábado, o chefe de Estado português já tinha defendido que deveria ser Bissau a assumir a liderança da organização.